Marli Muratori
Palestrante Espírita - Coordenadora de Estudos Doutrinários - Atualmente no Centro Espírita Léon Denis de São Pedro da Aldeia
Colaboradora da CEEB_RJ / CEIP Paquetá / NECX
São Pedro da Aldeia / RJ
Palestrante Espírita - Coordenadora de Estudos Doutrinários - Atualmente no Centro Espírita Léon Denis de São Pedro da Aldeia
Colaboradora da CEEB_RJ / CEIP Paquetá / NECX
São Pedro da Aldeia / RJ
04 - PERDÃO OU INDULGÊNCIA? (28/09/2024)
Ainda refletindo sobre o perdão, um dos principais temas mencionados no Capítulo 10 do Evangelho Segundo o Espiritismo – Bem-Aventurados os Misericordiosos, nos deparamos, nas Instruções dos Espíritos, com a orientação do plano espiritual para, além de perdoarmos, que aprendamos a tratar nosso ofensor com indulgência.
Quando falamos em perdão, imediatamente sabemos que se trata de desculparmos aquele que nos ofendeu, o que já foi tema de anterior reflexão. Mas quando se fala de indulgência, dúvidas assaltam nosso espírito. Seria indulgência a mesma coisa que perdão? Não nos parece que seja isso, pois nesse caso não haveria necessidade de pedir duas vezes a mesma coisa: perdoar e ter indulgência. Então do que se trata esse pedido vindo a nós, diretamente de Jesus, através dos bons espíritos que trabalharam na Codificação da Doutrina Espírita?
Como vemos nos itens 16 e 17 das Instruções dos Espíritos, seria a Indulgência um sentimento doce e fraternal que não vê defeitos nas outras pessoas e se acaso os vê, de relance, não divulga para terceiros, guardando-os só para si, pois o indulgente não se ocupa dos atos maus praticados pelos demais.[1]
Nesse teor, o plano espiritual nos concita a olharmos primeiramente para nossos próprios defeitos antes de apontarmos o dedo para nossos irmãos ofensores, o que sabemos ser algo bastante difícil, igualmente difícil é o exercício do perdão sincero. Mas como pedir perdão dos nossos erros ao Pai Celestial se não conseguimos perdoar nosso próximo?
Quando pedimos perdão a Deus por nossos erros, na verdade queremos que Ele apenas esqueça nossas infrações à Lei Natural constante no Livro Terceiro do Livro dos Espíritos da questão 649 até a questão 892, pois não nos interessa sofrer qualquer punição por isso. Mas seria justo Deus, derrogando sua própria Lei, nos perdoar sem sofrermos a incidência da Lei de Ação e Reação nas escolhas decorrentes do nosso Livre Arbítrio? Deus até perdoa nossos erros, por que Ele é pai de amor e infinita bondade. Contudo, teremos sempre que responder pelos nossos atos em decorrência da Lei de Ação e Reação incidindo sobre nossas escolhas, o famoso Livre Arbítrio. E os espíritos benfeitores estão sempre nos lembrando sobre o cuidado que devemos ter para com nossas escolhas pois sempre receberemos de volta aquilo que fizermos, seja para o bem ou para o mal.
Refletindo sobre todas as orientações espirituais contidas nas referidas notas, somos levados a entender que Indulgência é um degrau além do perdão, pois se para perdoar devemos procurar esquecer o mal que nos foi causado pelo irmão ofensor, no caso da alma indulgente, ela nem mesmo se ofende, pois sequer percebe que está sendo ofendida. A alma indulgente tem o coração puro e consegue ver o ofensor como um espírito ainda infantil que nem sabe o que está fazendo. Seria o mesmo que nós, adultos, não nos ofendermos com uma criança que viesse correndo em nossa direção e furasse um balão de gás que estivéssemos levando para dar a alguém. Ou uma criança que nos fizesse uma careta. Ora, uma criança não tem noção dos seus atos. Por isso mesmo sua incapacidade para prática de atos civis é reconhecida pela Lei brasileira, não sendo o menor responsabilizado pelos atos praticados. Assim, a alma indulgente não guarda rancor por ninguém, por isso não precisa esquecer nada.
A indulgência é qualidade dos espíritos nobres que, no processo evolutivo, já atingiram um patamar mais alto que nós, já aprendeu a substituir a cólera pelo amor, seguindo os passos de Jesus, nosso modelo e guia, enquanto nós ainda estejamos rastejando e lutando com nossas inúmeras imperfeições. Por isso, para nós, somente o possível seja perdoar.
Mahatma Gandhi, amplamente reconhecido como um dos maiores líderes políticos e espirituais do século XX, honrado na Índia como o pai da nação, ensinava e que, quando atingimos a consciência do eu espiritual, ultrapassamos a horizontalidade do ego. Nesse sentido, não existem ofensas, pois estaremos além da vingança e do perdão. Por tudo isso, ele não precisava vingar nem perdoar ninguém por nunca se sentir ofendido. [2]
Com essas sábias palavras, Gandhi nos legou a Princípio da Inofensibilidade que, como já o dissemos, é atributo dos espíritos nobres.
Embora ainda tenhamos dificuldades de agir como Jesus nos ensinou e como Gandhi, certamente inspirado pelo nosso querido Mestre nos exemplificou, empenhados como estamos em nos tornarmos melhores a cada dia, trabalhando nossa reforma íntima com seriedade, num futuro próximo estaremos galgando esse patamar, livres do ego, esse tenaz inimigo e não precisando mais perdoar pois nada nem ninguém será capaz de nos ofender.
A paz de Cristo em nossos corações, sempre!
Referencias:
[1] Notas 16 e 17 do ESE, Capítulo 10, Instruções dos Espíritos.
2 https://arazao.org/gandhi-e-o-principio-da-inofensibilidade/
Marli Muratori
03 - QUERES COMEÇAR A SER FELIZ? PERDOA... (31/07/2024)
No Capítulo 10, itens 1 a 4 do Evangelho Segundo o Espiritismo, temos textos pinçados do Evangelho de Mateus, onde Jesus nos concita a perdoar com misericórdia, ou seja, fazê-lo com piedade e compaixão pelos nossos ofensores, nos alertando que se perdoarmos aos nossos ofensores Deus também perdoará nossas ofensas mas se não perdoarmos, fatalmente também não seremos perdoados.
Nessa afirmativa de Jesus podemos ver, claramente, a incidência da Lei de Ação e Reação, a qual nos responsabiliza por todos os atos que praticarmos, pois receberemos de volta tudo o que fizermos contra nós mesmos e contra o nosso próximo. Na oração do Pai Nosso, que Jesus nos transmitiu através dos seus discípulos, pedimos a Deus: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nossos ofensores”. Mas como podemos pedir perdão das nossas ofensas, se continuamos não perdoando os nossos ofensores ou inimigos?
Não nos esqueçamos de que Jesus nos aconselhou a perdoar sempre, quando em resposta à pergunta de Pedro sobre quantas deves deveria perdoar seu irmão, se sete, Jesus lhe respondeu que não sete, mas “setenta vezes sete” ou seja, sempre.
Apesar disso, todos os que já passamos por injustiças, ofensas, maldades de qualquer espécie, certamente sofremos com isso. E esse sentimento é legítimo, pois somos espíritos ainda imperfeitos e em evolução. É natural sofremos, nos irritarmos e magoarmos quando somos afrontados, de qualquer modo, por outra pessoa.
E como sabemos, o sofrimento faz parte das nossas vidas aqui no planeta terra, que é ainda de provas e expiações, transmigrando para planeta de regeneração, segundo o plano espiritual vem nos alertando já há alguns anos. Mas manter o nosso coração oprimido por esse sofrimento é o que Jesus nos pede que não permitamos que aconteça, pois perdoar é condição sine qua non ou seja, essencial para evoluirmos.
Porém, como sabemos, perdoar ainda é difícil devido a nossa própria condição na escala evolutiva[1], e que esse ato exige muito esforço, especialmente no tocante ao orgulho que ainda abrigamos dentro de nós e que precisa ser dominado para vivermos uma vida mais leve.
Perdoar é difícil, sim, mas não é impossível, caso contrário Jesus não nos pediria isso.
Perdoar não é esquecer os fatos que nos ofenderam, pois eles aconteceram e fazem parte da nossa vida e do nosso passado. Perdoar é procurar pensar no ofensor sem ódio ou mágoa, é não sair do prumo, do equilíbrio emocional, mental e espiritual, na eventualidade de encontrar ou ter que falar com o ofensor ou mesmo lembrar dele.
Perdoar também não nos obriga a conviver com o ofensor, mas a vibrar positivamente por ele e lhe desejar tudo de melhor, ficando feliz com o seu sucesso.
E isso se torna mais fácil a partir do momento em que conseguimos ver nosso ofensor como um espírito necessitado e sofrido como nós próprios o somos e, por isso mesmo, capaz de cometer erros, tal como nós o fazemos por tantas vezes.
Caso o ofensor ou inimigo se conscientize do erro cometido em algum momento da vida e venha nos pedir perdão, se reconciliar conosco, que possamos perdoar de coração como Jesus também nos ensinou. Isso é que é misericórdia.
Jamais humilhemos ou imponhamos condições para perdoar, quando o ofensor vier nos pedir perdão. Agir assim será permitir que o orgulho, tome conta de nós e não nos permita aproveitar a grande oportunidade de melhorar e avançar no nosso processo evolutivo.
Não nos esqueçamos de que aprender a perdoar é uma das principais condições para nossa evolução. O perdão liberta!
Portanto, que possamos nos reconciliar com nossos inimigos enquanto estamos a caminho, ou seja, encarnados, evitando que, futuramente, venhamos a sofrer com a incidência da Lei de Ação e Reação sobre nós.
Que possamos seguir o que nos ensina a música prece:
“Perdoa, perdoa sempre,
O pai perdoa infinitamente,
Perdoa, porque perdoando,
Você será perdoado também.”[2]
Marli Muratori
Referências:
[1] LIVRO DOS ESPÍRITOS. Allan Kardec, Livro Segundo, Cap. I, perg. 101. FEB.
[2] O PERDÃO. Souza, Vilma de Macedo.
02 - FALANDO EM FELICIDADE... (16/06/2024)
O ser humano vive constantemente procurando encontrar a fórmula da felicidade e não raras vezes se decepciona justamente porque essa busca está sempre direcionada para onde a felicidade não se encontra. No ápice da frustração, as pessoas se questionam sobre o que é preciso fazer para alcançar a felicidade plena, por que ninguém é inteiramente feliz e se a felicidade de fato existe.
Esses questionamentos costumam levar as pessoas a profundas crises de depressão, a sofrimentos tão intensos, que muitos acabam optando por desertarem de tudo, justamente porque não acham uma finalidade na vida que preencha suas necessidades, especialmente as emocionais.
Por que está vivendo neste planeta? Qual o objetivo da vida? O que vai acontecer depois da morte? Se Deus existe, por que permite que tantas coisas ruins aconteçam?
Esses questionamentos existem, justamente, porque grande parte da humanidade ainda está cativa da materialidade, pela nossa própria condição de espíritos imperfeitos, o que faz com que não entenda o motivo dos sofrimentos que, periodicamente, ocorrem nas nossas vidas.
Quem nunca se pegou numa noite estrelada, olhando para o céu, se conectando com tanto esplendor e se perguntando: O que estou fazendo aqui? Por que a vida tem que ser assim? Bom, certamente todos nós já nos fizemos essas perguntas angustiantes, pelo menos uma vez na vida.
A chave para se alcançar a tranquilidade e o equilíbrio diante de toda essa magnitude do universo e da pequenez das nossas vidas está claramente decifrada na Doutrina Espírita e seus postulados evangélicos, especialmente na questão 920 e seguintes do Livro dos Espíritos quanto no item 20 do capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo, vem nos ensinar, justamente, que não podemos nem devemos esperar por uma felicidade perene no planeta em que vivemos, pois, a felicidade não é deste mundo.
E isto porque, como sabemos, a terra é um planeta ainda primitivo, de provas e expiações, abrigando espíritos imperfeitos, que somos nós, ainda nos debatendo para galgar os degraus da elevação espiritual que após inúmeras reencarnações futuras que nos esperam, vai nos levar à condição de espíritos puros. Todos nós estamos fadados a esse destino, mesmo aqueles que demonstram ser os piores, os mais sanguinários, os mais insensíveis, os mais cruéis, aqueles que trazem ainda dentro de si a chaga da maldade. Todos seremos puros um dia pois somos igualmente filhos de Deus, irmãos pela paternidade universal.
Neste planeta onde vivemos, pela sua condição, ainda não temos o direito de alcançar a felicidade plena e eterna, mas Deus, na sua infinita bondade, nos permite momentos de felicidade, os quais ouso achar que são até muito mais numerosos do que os momentos de tristeza, caso contrário não aguentaríamos. Daí nos frustramos porque não conseguimos o “ser felizes para sempre” dos contos de fadas. Pelo uso indevido e equivocado do nosso livre arbítrio, estamos aqui expiando os erros cometidos contra a Lei Divina ou Natural, destacada no Livro Terceiro do Livro dos Espíritos, da questão 614 a 919-a, e nos submetermos a provas, para garantir que aprendemos determinada lição. A expiação das faltas cometidas está vinculada ao nosso passado delituoso, enquanto as provas estão vinculadas ao futuro que poderemos ter, conforme tenhamos ou não, aprendido as lições que nos foram ensinadas.
Por isso a felicidade plena não pode ser desfrutada ainda neste planeta, pois tudo aqui é instável e impermanente.
Hoje estamos bem, com tudo nos sorrindo. Amanhã, quem sabe? Bens materiais, cargos importantes, poder, dinheiro, tudo passa, podendo desaparecer em questão de segundos. Exemplo disso são as dificuldades resultantes dos desastres naturais de toda ordem, por que passamos em cumprimento a Lei de Destruição destacada na pergunta 728 e seguintes do Livro dos Espíritos, como tivemos oportunidade de vivenciar com os eventos de expiações coletivas sofridos pelos nossos irmãos do Rio Grande do Sul com as enchentes avassaladoras e as avalanches de lamas e detritos que cobriram as cidades exterminando vidas humanas, animais, negócios, sonhos e lembranças de vidas, sem poupar ninguém que estivesse em seu caminho, independente de qualquer condição.
A única possibilidade para usufruirmos da felicidade plena somente será quando vencermos nossas dificuldades tais como a inveja, o ciúme, o ódio, o orgulho, a vaidade e aprendermos a amar, incondicionalmente, ao nosso próximo, do jeitinho que Jesus nos pediu e movimentarmos esse amor através da caridade, lema da nossa doutrina consoladora. Enquanto não atingirmos esse patamar de desenvolvimento espiritual, teremos que conviver com os sofrimentos que foram gerados por nós mesmos, até que o cansaço nos faça parar, revisar nossas prioridades e nossas escolhas e, enfim, estendermos nossos braços para Jesus e dizermos:
- Mestre, estou pronto (a) para evoluir, avançar na senda do progresso, dai-me vossa mão!
Mas isso já é conversa para mundo de regeneração...
Marli Muratori
01 - COMO ANDA A NOSSA FÉ... (26/03/2024)
Fé, palavra composta de apenas uma única silaba e duas letras, que embora pequena em sua grafia, encerra sentido forte e de grandes proporções.
Mas o que é ter fé? Segundo nos ensina Emmanuel[1], ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
E complementa seu raciocínio nos ensinando que conseguir a fé, é alcançar a possibilidade de não dizer mais “eu creio”, mas afirmar “eu sei” ....”.
Todos nós temos a sementinha da fé plantada por Deus em nossos corações pois todas as pessoas têm fé em alguém ou em algo, e é esse sentimento que nos permite lutar pelas nossas ideias e pelos nossos ideais. No entanto, sendo uma sementinha, como falamos, a fé necessita de ser fortalecida diariamente, tal como faz o jardineiro nos cuidados com suas flores e o agricultor com suas plantações e mesmo os atletas em academias para fortalecer seus músculos.
Especialmente no difíceis tempos atuais por que passa a terra, cuja transição planetária que estamos vivenciando nos apresenta grandes dificuldades diárias nunca antes vistas, precisamos nutrir e fortalecer nossa fé para o bom combate, de modo a nos permitir superar as situações mais complexas mantendo o equilíbrio emocional e a paz de espirito em nossos corações.
E como fazer isso? O Espiritismo, doutrina consoladora, nos dá a fórmula, o direcionamento necessário para alcançarmos esse objetivo, através da prece, das leituras edificantes e da dedicação ao trabalho no bem.
Pela prece, cujo objetivo principal é elevar nossa alma a Deus, nos ligando ao plano espiritual, que sempre nos envia o auxílio preciso, no momento certo. Orar e conversar com o plano espiritual sem grande complexidade, como nos ensina o Preâmbulo do Capítulo XXVIII do Evangelho Segundo o Espiritismo:
“A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração.”[2]
As leituras edificantes também se constituem num poderoso bálsamo para os corações aflitos, precisados do fortalecimento da fé. A doutrina espírita, nesse particular, possui um manancial de obras que convergem nossos pensamentos para o bem e inundam nossos corações de emoções sublimes, a começar pelo Pentateuco, seguido das obras complementares como a Serie André Luiz, além de milhares de livros da autoria de espíritos de inegável elevação como Emmanuel, Léon Denis, Joana de Angelis, Neio Lucio, Humberto de Campos, Amélia Rodrigues e Manoel Philomeno de Miranda, dentre outros, tão importantes quanto os ora citados.
Outra fórmula eficaz para o fortalecimento da nossa fé é o trabalho incessante no bem. Mergulhar no exercício do amor ao próximo através da caridade, fazendo o bem ao próximo, é terapêutico e libertador. Além de nos mostrar, na prática, a efetividade da Lei de Ação e Reação, fortalece a nossa fé em Deus, ao permitir que presenciemos situações que nos mostram a misericórdia do Pai, agindo por nosso intermédio para minorar a dor do semelhante e ver que, muitas das vezes, nosso sofrimento é ínfimo se comparado ao sofrimento alheio. Nesse particular, a Casa Espirita é um celeiro de oportunidades para o fortalecimento da fé, que não devem ser desperdiçadas.
É importante, ainda, destacar que sofrer faz parte da nossa experiência carnal em um mundo de provas e expiações como e a terra, onde temos oportunidades para quitar nossos débitos oriundos de existências anteriores. Lembremo-nos, ainda, que Jesus, em sua caminhada entre nós, jamais prometeu que estaríamos livres das dificuldades da vida. O que ele disse foi: “Quem quiser me seguir, pegue a sua cruz e siga-me” (Evangelho de Lucas 9, 23) E nem nos mandou carregar a cruz de ninguém. Ou seja, Ele nunca disse que seria fácil.
Nos momentos de aflições, angústias e decepções devemos, pois, acionar a nossa fé e quando o problema for tão grande que não consigamos vislumbrar uma solução, depositemos nossa angústia nas mãos de Jesus. Com certeza, Ele, que é nosso amigo de todas as horas, virá em nosso auxílio através dos seus emissários, os espíritos socorristas que sempre estão prontos a nos auxiliar quando o pedido é justo, sincero, parte do fundo dos nossos corações e encontra eco em nosso merecimento individual. Depois de uma prece sentida, com certeza a solução se apresentará, muitas vezes vinda por caminhos jamais imaginados.
Portanto, queridos irmãos, por mais difíceis que as situações possam parecer, confiemos em Deus, em Jesus, em nossos guias amorosos, enfim, em todo plano espiritual amigo e busquemos fortalecer a nossa fé na certeza de que Deus está no comando de tudo. Como sabemos, não cai uma folha sequer de uma arvore, sem a sua permissão. ELE é nosso Pai amoroso, justo, bom e que não nos abandona jamais. Como nos disse o querido espírito Paulo de Tarso, “nunca estamos sozinhos”.
Portanto, fé fortalecida e sentimento renovado para o enfrentamento das adversidades da vida.
Paz e bem!
REFERÊNCIAS:
[1] O CONSOLADOR: (obra mediúnica) ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografado por Francisco Cândido Xavier – 25. Ed. Item 354, pag. 200 -Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004
[2] EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO: (obra mediúnica) Kardec, Allan. (tradução de Guillon Ribeiro) 3ª. Ed. Francesa, revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866. 131 ed. Brasília: FEB, 2013.
Marli Muratori