UM BREVÍSSIMO RESUMO
A Ilha, que também é um bairro, Paquetá faz parte da história do Rio de Janeiro desde o início.
Após a descoberta e a luta entre franceses e portugueses, a Ilha ficou um período esquecida, apenas com uma pequena presença indígena. Contudo, em 1696, foi erguida em Paquetá uma capela para São Roque e isso culminou no desenvolvimento mais intenso do local.
No século XIX, Paquetá passou a ser mais valorizada pelo Império. A Ilha foi local de hospedagem frequente de D. João VI e seu filho Dom Pedro I. O político e naturalista José Bonifácio escolheu passar seus últimos dias por lá (a primeira prisão domiciliar que se tem noticias). A residência ainda existe, preservada e em uso. A Ilha de Paquetá chegou a pertencer ao município de Magé. No entanto, em 1833, foi incorporado à Corte e à cidade do Rio de Janeiro.
A Ilha de Paquetá ficou famosa no século 19 por causa de uma suposição. Acreditava-se que era esta a ilha citada por Joaquim Manuel de Macedo como cenário do romance A Moreninha, obra inaugural do Romantismo no Brasil. Alguns iam até mais longe: diziam que a narrativa de Macedo foi inspirada em uma história real ocorrida por lá. Embora o nome Paquetá não tenha sido citado em nenhuma página do romance e nada disso tenha jamais se confirmado oficialmente, o pacato bairro do Rio de Janeiro acabou se consolidando como paraíso bucólico da personagem literária.
A Ilha de Paquetá também conhecida como “Pérola da Guanabara” ou “Ilha dos Amores”, apresenta o formato de um oito, ou o símbolo de infinito ∞, dependendo da visão de cada um, com 1,2 quilômetros quadrado de área e 8 quilômetros de perímetro.
Existe a ideia de que, antes dos Franceses e dos Portugueses, a Ilha de Paquetá teria sido habitada (ou frequentada) por índios Tamoios (Tupis). Primeiramente, o nome Tamoios é uma denominação genérica dado aos índios Tupinambás que juntamente com seus rivais e inimigos, os Termininós, todos do tronco dos Tupis foram os primeiros habitantes das terras circundantes da Baía da Guanabara. O que é certo e se sabe, é que os Termininós, foram habitantes da Ilha do Governador antes de serem expulsos pelos seus inimigos, os Tupinambás, em guerras ocorridas no século 16, antes da fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Na verdade os índios usavam a Ilha de Paquetá como ponto de caça e pesca já que na ilha não tinha e não tem nenhuma fonte de água natural.
Desde os primórdios que a Ilha de Paquetá é ponto turístico: Pescaria e lazer.
Ao lado uma família de Tupinambás.
(Curiosidade: Tamoio na língua Tupi significa antepassado).
Confederação dos Tamoios
De um lado estavam os portugueses (junto aos Tupis... e João Ramalho) que já haviam se instalado no Brasil e do outro os franceses (com Tupinambás, Guaianases, Goitacases, Aimorés e outros) que haviam fundado a França Antártica com André Thevet (cosmógrafo) e pretendiam colonizar a costa da colônia portuguesa e no interior dessas alianças, cada um tinha seus próprios interesses.
João Ramalho por haver se casado com a índia Bartira ou Potira (a flor) selou uma espécie de elo de sangue com aquela tribo que luta ao lado dos portugueses.
Após ser batizada, ela recebe o nome Cristão de Isabel Dias.
Na batalha, morreu o grande líder Tupinambá Guaixará.
No contexto da campanha para a expulsão definitiva dos franceses pelas forças portuguesas comandadas por Estácio de Sá e da fundação da cidade do Rio de Janeiro em 1565, nesse mesmo ano a Ilha de Paquetá foi doada, sob a forma de duas sesmarias, a dois dos capitães portugueses: a parte norte da ilha, atual bairro do Campo, coube a Inácio de Bulhões, e a parte sul, atual bairro da Ponte, a Fernão Valdez..
Na imagem retratada, Aimberê, índio chefe dos Tamoios, esta morto. Ao seu lado, segurando seu corpo, está o Padre José de Anchieta (Frei Fabiano de Cristo) que, piedosamente, o acolhe.
Autor: Rodolfo Amoedo - Museu de Belas Artes no Rio de Janeiro
FUNDAÇÃO DA ILHA DE PAQUETÁ
A Ilha de Paquetá foi descoberta em 1555 pela expedição francesa fundadora da França Antártica. A ilha já era habitada pelos índios Tupinambás, que viriam a ser conhecidos também como Tamoios. Estes chamavam a ilha de Paketá, que significa "muitas pacas". Somente em 18 de dezembro de 1556 o rei francês reconheceu a descoberta de André Thevet (foto), cosmógrafo membro da expedição francesa, sendo essa data até hoje considerada como aniversário da ilha.
Curiosidades:
Data de fundação da Ilha de Paquetá: 18/12/1556
Data de fundação da Cidade do Rio de Janeiro: 1º/03/1565
A Ilha de Paquetá é 9 anos mais velha que a Cidade do Rio de Janeiro.
Hoje Paquetá é um bairro da Cidade do Rio de Janeiro.
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A HISTORIA DO BRASIL COLÔNIA
Meu Querido Canibal de Antônio Torres
Ao contar a saga do guerreiro e chefe indígena Cunhambebe, se faz um relato histórico de como era a vida dos primeiros habitantes do Brasil, algumas décadas após o descobrimento. Torres se debruça sobre a vida do líder indígena Cunhambebe para traçar um painel das primeiras décadas de história brasileira.
Vamos encontrar também João Ramalho considerado um exemplo e típico conquistador nos primórdios da colonização do Brasil.
Os padres Manuel da Nobrega e José de Anchieta ainda não muito corretos nessa encarnação.
O século XVIII
A parte sul da ilha teve uma colonização mais acelerada em comparação com a parte norte, onde, em sua maior parte, se constituiu a Fazenda São Roque, dedicada à agricultura e à pecuária. Foi nas terras da São Roque que se ergueu, em 1697, a primeira capela da ilha, a Capela de São Roque, padroeiro de Paquetá.
Posteriormente, em 1763, foi iniciada a primitiva Capela do Senhor Bom Jesus do Monte da Ilha de Paquetá com a condição de que se constituísse em uma Paróquia local. Em 1769, Paquetá foi desvinculada da Freguesia de Magé, o que deu lugar, além dos protestos eclesiásticos de Magé pelas suas perdas, a rivalidades na própria ilha para a escolha da Igreja Matriz, se a Capela de São Roque ou a do Bom Jesus. Em 1771, no entanto, esse ato foi anulado e Paquetá voltou a ser integrada a Magé.
O século XIX
No contexto da presença da Família Real Portuguesa no Brasil, um alvará especial do príncipe-regente dom João criou a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Monte.
No Período Regencial, em 1833, por decreto regencial, a ilha de Paquetá tornou-se independente de Magé e passou a pertencer ao Município da Corte.
O século XX
Em 1903, os distritos da ilha de Paquetá e da ilha do Governador foram unidos no Distrito das Ilhas, incorporando as ilhas e ilhotas ao redor de ambas.
Em 1961, o estado da Guanabara criou o Distrito Administrativo de Paquetá e, em 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a ilha passou a pertencer à cidade do Rio de Janeiro.
Sem falar nas canoas usada pelos índios, as caravelas eram usadas pelos Franceses e Portugueses frequentemente na Baia da Guanabara.
Aqui uma das primeiras barcas circulando pela Baia da Guanabara ainda com suas rodas de tração lateral. Com caldeira a vapor alimentado a lenha.
Aqui o nosso saudoso Aerobarco (a fecha da Baia da Guanabara) que fazia a travessia em menos de 20 minutos.
Ao fundo a Barca Itaipu que rodou na travessia da Baia da Guanabara (Praça XV - Paquetá) na década de 70 à 90 e até hoje 01/03/2024 esta na travessia da Mangaratiba Ilha Grande.
Em primeiro plano a direita temos a Ilha dos lobos com a casa ainda preservada. Hoje encontra-se destruída como muitos patrimônios histórico na Ilha de Paquetá.
Aqui as tradicionais que ainda se arrastam pela Baia da Guanabara carregando mais de 2 mil pessoas e levando mais de 70 minutos por viagem.
Aqui um dos catamarã moderno, climatizado, que dependendo da embarcação faz a viagem em menos de 40 minutos.
Ganha em conforto, mas ainda perde em velocidade para nosso saudoso Aerobarco.
Curiosidade
Frota do Serviço de Transporte Baia da Guanabara STGB 1965
O passeio até Paquetá começa na Praça XV. São aproximadamente 15 km de travessia marítima, com o fantástico visual da Baía de Guanabara: Ilha Fiscal, Ponte Rio/Niterói, Ilha do Sol, Jurubaíbas e etc...
Mais informações de horário das barcas e estacionamento no centro da cidade na parte superior na aba
Mapa turístico da Ilha de Paquetá
Vídeo cedido pela Jornalista Vânia Barbosa
Uma volta ao Rio de Janeiro do início do século XIX. Assim pode ser descrita a viagem até a Ilha de Paquetá, distante apenas alguns minutos do Centro do Rio. São 455 anos de história desde que a ilha foi refúgio de Dom João VI e abrigou o patriarca da independência, José Bonifácio. Com seu casarão centenário, suas ruas de terra e pouquíssimos veículos motorizados, o bairro mais bucólico da cidade investe em atrações culturais para atrair visitantes, sem deixar de lado o clima de cidade do interior.
Pedro Paulo Bruno nasceu em Paquetá em 14 de outubro de 1888 e desencarnou em 2 de fevereiro de 1949. Foi um pintor, cantor, poeta e paisagista brasileiro. Sua obra mais conhecida é o quadro Pátria, de 1918, que retrata a bandeira do Brasil sendo bordada no seio de uma família. Ao descer da barca em Paquetá, essa praça é seu primeiro contato com a ilha.
A área verde à beira-mar oferece vista extraordinária do Rio. De lá, é possível ver Niterói, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e o Maciço da Tijuca. O melhor é aproveitar a sombra das árvores para caminhar. Ou sentar em um dos bancos e relaxar ouvindo apenas o barulho das ondas ou dos pássaros. Do mirante que fica no morro da Cruz, pode se ver uma uma linda paisagem com diversos tuneis de acesso. Abaixo do morro também tem túnel como se pode ver nas fotos a cima.
Também conhecida como Praia da Guarda ou Praia dos Pedalinhos. É a mais movimentada da ilha em dias de verão. Seu nome oficial é uma homenagem ao importante personagem de nossa historia, José Bonifacil que depois de abandonar a vida politica passou o restante de seus dias numa casa nesta praia.
A casa onde José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência do Brasil.
Foi tutor de D. Pedro II (Longinus), filho de D. Pedro I, passou os últimos anos de sua vida nesta casa na Ilha de Paquetá.
Curiosidade:
Ruy Barbosa foi a reencarnação de José Bonifácio
A Maria Gorda é um Baobá - uma árvore que existe na Praia dos Tamoios, quase na esquina do Vicente. Ela é oriunda das savanas da África, e também existe em quantidade no esteroide B612 de "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry... Ela é muito conhecida por aqui, não só por ser a maior representante do nosso reino vegetal e pela beleza das formas e das flores, mas também pela lenda que em torno dela se desenvolveu.
Na primeira metade do século passado, a chácara onde hoje se localiza a Casa de Artes Paquetá foi adquirida por Ormy Toledo. Além de promover amplas reformas paisagísticas no local, ela foi responsável pelas novas preciosidades arquitetônicas ali construídas, como o Gaudi e o Pagode Chinês.
Dona Ormy era uma empreendedora cultural e via Paquetá como a Ilha das Artes, acreditando em um projeto turístico voltado para eventos artísticos/musicais. A Chácara da Ormy fazia parte desse projeto e nela aconteciam grandes saraus com os principais músicos do Brasil. Pixinguinha, Orestes Barbosa, Lamartine Babo, Sílvio Caldas, Radamés Gnatalli eram hóspedes e frequentadores desses encontros regulares, que contavam ainda com a presença da elite política e intelectual da capital Rio de Janeiro.
Este projeto incluía também a criação de um complexo turístico e a construção de um hotel na chácara para atender aos visitantes.
A beleza natural e arquitetônica do local permitiu que a chácara fosse usada como cenário e locação para diversas filmagens, destacando-se a novela e o filme A Moreninha, baseados no romance homônimo de Joaquim Manoel de Macedo.
No início da década de 90 a chácara é vendida e parte dela comprada pelos atuais proprietários.
Paquetá, a aprazível e romântica ilha da Baía de Guanabara, cognominada por Dom João VI, de “Ilha dos Amores”, procurada ainda hoje pelos namorados, trovadores e artistas que se extasiam ante a enternecedora poesia que oferece aquele recanto magnífico de praias alvas cor de mel e altos coqueiros.
Em 1843, Joaquim Manuel de Macedo escreveu o romance "A Moreninha", que é considerado o iniciador do "romantismo" na literatura brasileira. O livro se tornou um grande sucesso e muitos acreditam que a estória poderia ser real, ter realmente acontecido na Ilha de Paquetá, o que a tornou nacionalmente conhecida. Posteriormente a Rede Globo adaptou o romance e fez uma novela: A Moreninha gravada na Ilha de Paquetá.
Esta praia que já foi chamada praia de Itanhangá, assim como o mirante ou Pedra da Moreninha também já foi chamado de Pedra do Itanhangá. Está praia, mostrada na foto acima, passou a levar este nome em referência ao famoso romance citado a cima.
A primeira e segunda foto é da nossa saudosa charrete, ainda com rodas de madeira.
A terceira já com rodas automotivas, tirada de circulação pelo prefeito Eduardo Paz em 2016 e introduzido o moderno carrinho elétrico.
Depois temos os Eco-Taxi, o trenzinho e podemos alugar bicicletas diversas para passeios solos.
Na Ilha de Paquetá é proibido veículos particulares com motores a combustão.
Salvaguarda carros públicos, como: Ambulância, bombeiro, policia, carros de entrega e mudanças.
Único no Brasil, o cemitério de passarinhos e aves em geral fica na Rua Joaquim Manoel de Macedo, assim batizada em homenagem ao autor de ‘A Moreninha’, romance já mencionado a cima.
O poço foi aberto, inicialmente, para abastecer a Fazenda São Roque e, mais tarde, toda a região do Campo, pela fartura e qualidade de suas águas.
O Preventório Rainha Dona Amélia, na Ilha de Paquetá, foi inaugurado em 24 de maio de 1927, com o objetivo de isolar os filhos de portadores de tuberculose, crianças que não estavam doentes, mas viviam em más condições de higiene e com desnutrição. Deixou de ser uma unidade de isolamento com a introdução dos antibióticos na terapêutica, mas manteve a essência de seu objetivo: dar assistência a crianças em situação de vulnerabilidade e risco social.
Desenvolveu-se uma das mais bonitas lendas de Paquetá, que nos foi contada por um preto-velho que viveu aqui durante toda a sua vida e que nos disse que a ouviu do seu avô, antigo escravo em nossa Ilha.
"Tudo aconteceu no tempo em que os escravos desembarcavam nesse cais, vindos de Brocoió, onde ficavam em quarentena antes de entrar em contato com a população de Paquetá... e é por essa razão que o cenário dessa estória tem como palco essa velha ponta-de-cais.
O seu personagem principal foi um preto muito forte e muito triste, chamado pelos outros negros de João Saudade e pelos seus feitores de João da Nação Benguella (1).
O seu nome criou fama nas senzalas e , na prosa dos mais velhos , foi um mito: falado e venerado por toda a gente escrava ...
João da Nação Benguella, no tempo dos mil réis, foi vendido aqui por 400$000, avaliados pela força e robustez da exuberância muscular do seu contorno ...
Dizem que veio da África num dos navios negreiros de Francisco Gonçalves da Fonseca, o dono do Solar D'El Rei ...(2) e, como era costume, depois da quarentena em Brocoió, veio para cá numa falua (3) que uma vez por semana encostava nesse cais da Praia das Pedreiras (4).
Com muita resignação, João obedeceu ao costumeiro ritual, porque no seu peito não havia mais lugar nem para ódios e nem para revoltas, porque já estava todo cheio de um outro sentimento: a enorme saudade que lhe fazia sofrer por Januária, e lhe fazia viver pelo amor de Loreano, um pretinho rechonchudo, filho deles dois.
João Saudade não podia imaginar o que fora feito deles ... Quando foi capturado, não houve tempo nem para um abraço e nem para um "adeus" ...
Passavam-se os anos lentamente e João passava os anos rezando pelo amor daqueles dois. No mais íntimo de si havia uma certeza estranha: uma esperança que lhe dava fé ... E ele acreditava com convicção que a falange de Iemanjá, que o trouxera sobre as ondas, também traria os seus dois amores que, um dia, ele esperava ver também chegando naquela "ponte", depois de alguma quarentena em Brocoió ...Algo lhe dizia que o destino havia reservado um reencontro para eles... e era por ele que João rezava todos os dias para os seus "Guias" e esperava ali a cada desembarque.
Passavam-se os anos ... e cada ano que passava parecia ser mais longo ... mas, nenhum, maior do que a perseverança de João "Benguella", que durante os dias trabalhava nas caieiras e à noite rezava naquela ponta-de-cais ... Falava com a Lua e com as estrelas ... Molhava os pés cansados nas águas calmas do mar ... e lavava todas as suas mágoas nas gotas do sereno ... Só quando ouvia o pio das primeiras aves despertadas é que parava de falar com a Estrela D'Alva e, então, olhava pro Céu ... despedia-se da noite já passada ... dava um bom-dia para a madrugada ... e voltava, devagar e triste, para as tristezas da senzala ...Todos os dias João chegava cabisbaixo... cansado de rezar em vão por encontrar um lenitivo para a dor desta saudade que, amargurando a sua alma, minava a resistência do seu coração, transbordando-lhe nos olhos, refletida em cada lágrima...
João não era apenas um escravo triste ... Para alguns dos velhos, era a própria encarnação humana da Saudade ...
E o tempo passava como de costume, no correr dos anos: João, sua saudade, os desembarques e a velha ponta-de-cais ... Mas eis que um dia, João não regressou com os passarinhos ... e os escravos, na senzala, deram falta dele mas, em vão, o procuraram ...
O desaparecimento de João "Saudade" aconteceu na manhã seguinte de uma 6ª feira em que a rotina da noite foi quebrada por um fato de espanto e de mistério pois, talvez por dois minutos ou um pouco mais, um clarão estranho transformou a noite em dia, sem que ninguém soubesse explicar o por quê ! ... Apenas viram surgir no céu uma estrela muito grande e muito bela, e os seus raios de luz, iluminando a noite, encheram a Ponte da saudade de um clarão de prata, que foi visto por todos na senzala... E quando o clarão se apagou, João Saudade, que rezava no cais, havia desaparecido também, juntamente com a estrela brilhante e os seus raios de luz ...
Ninguém jamais soube explicar o que aconteceu àquela estrela e a João Saudade que, desde aquela noite, desapareceu misteriosamente ...
Tornou-se crença dos escravos que aquela estrela foi a falange iluminada de Iemanjá que, pela força da saudade de João "Benguella", teve permissão do Astral para vir buscá-lo, pondo fim ao sofrimento do seu Banzo (5) : saudade imensa pela qual viveu e pela qual sempre pediu pra ir embora ...
E o cais onde João ficava passou então a ser chamado de "Ponte da Saudade", transformando-se em local de rezas e de rituais dos negros, na esperança de que um dia, pela força da fé, eles também fossem levados por alguma estrela ...
– Os escravos eram classificados pelas suas nações de origem: Benguella, Cabinda, Mina, Moçambique, etc ...
– Nome que recebeu o prédio após haver hospedado por várias vezes D.João VI e sua Corte.
– Tipo de embarcação comumente usada nas caieiras.
– Era o nome de uma antiga praia situada entre a praia "da Guarda" e a praia "Comprida", conforme comprovam escrituras do século XIX.
– Tristeza profunda que acometia os negros escravizados.
PS – Texto original do livro LENDAS DE PAQUETÁ, 2ª Edição; R.J.;Gráfica JRB; de Marcelo A. L. Cardoso.
Hotel Fragata
Hotel Fragata, mais ou menos na década de 70.
Depois passa a ser Hotel Flamboyant.
E atualmente vira um condomínio de apartamentos.
Colônia de Férias da Mesbla, posteriormente Hotel Farol.
Hoje (2024) esta a venda.
Uma das inúmeras palestras no salão nobre do Hotel Farol e na varanda onde surgiu a Biblioteca José Gonçalves Alves