Marcos Jüwer
Expositor e articulista espírita.
Teresópolis / RJ
Expositor e articulista espírita.
Teresópolis / RJ
02 - VOCÊ CONHECE ALLAN KARDEC ? (03/10/2024)
Este importante quadro é parte da história e da memória do espiritismo, trazendo a imagem do professor Kardec em seu ambiente de trabalho. A cena foi imortalizada pelo pintor St. Georges. Tela a óleo.
Centro Cultural de SP (1,70M X 1,20M)
NAÎTRE, MOURIR, RENAÎTRE ENCORE
ET PROGRESSER SANS CESSE
TELLE EST LA LOI
“Nascer, morrer, renascer ainda
e progredir sempre,
tal é a lei”
Neste 03 de outubro de 2024 em que comemoramos o aniversário de 220 anos de Hippolyte Léon Denizard Rivail ainda encontramos o Codificador da Doutrina Espírita um tanto desconhecido, ou lido apenas de forma curiosa e superficial, tal qual em uma Paris do século XIX, no dia 18 de abril de 1857, quando as máquinas de impressão das oficinas do editor Didier, colocaram para o público a obra mais importante para os espíritas, intitulada “O Livro dos Espíritos”.
Entre o nascimento de Denizard e o de Allan Kardec, há meio século de distância, mas ambos são o mesmo espírito, a mesma criatura, espírito este que foi o mais competente defensor da Doutrina Espírita e à serviço do homem na Terra.
Mas, como compreender um homem que assustou o mundo fazendo a primeira declaração pública sobre a visão lógica, racional e científica da reencarnação, verdade tantas vezes revelada e negligenciada pela humanidade, senão através de uma agregação de elementos morais e éticos que vem desde os tempos da Gália (como um sacerdote Druida), na visão reformadora de John Huss1, e na herança pedagógica de Pestalozzi, este por sua vez admirador confesso de Rousseau?
Kardec, como grande aluno e discípulo de Pestalozzi (1746-1827), não ficou alheio as incursões que seu mestre fazia com o grande amigo Lavater2 (1741-1801) a respeito dos fenômenos de comunicação espírita e de idéias reencarnacionistas, ambos impressionados com um Swendenborg3, dito como um místico e visionário (1688-1772).
Suas pesquisas ao magnetismo de Mesmer (1734-1815) e aos estudos de Hahnemann (1755-1843) contribuíram muito para a sua formação, à tarefa que estava prestes a iniciar.
O Espiritismo não veio trazer uma transformação súbita de caráter para Denizard, não veio modificá-lo de chofre, dando imediatamente qualidades que não possuía. Já o encontrou pronto, formado e experiente; apenas o lapidou, pois estava perfeitamente aparelhado para desempenhar a nova missão que trazia, previamente programada na pátria espiritual.
Não faltou a Kardec, a coragem e a persistência necessária ao trabalho, não desanimando nunca e tendo a calma como uma das feições mais salientes do seu caráter. A tolerância também fazia parte constante de sua vida e jamais impôs suas opiniões a ninguém e respeitava sempre a dos outros.
Em fotos, ele surge sempre portando um ar austero e sóbrio, características dos espíritos superiores. Mas os amigos, na intimidade, reconheciam nele um homem de muito humor, tendo um talento todo especial para distraí-los, sendo o encanto e graça das reuniões que com eles participava.
Passados 167 anos, desde o lançamento de “O Livro dos Espíritos”, toda a obra de Kardec não servirá de nada se o homem não a tornar essencialmente prática. Começando pela Educação do Espírito sugerida pelo mestre lionês e confirmada por Eurípedes Barsanulfo.
Em seguida, levar a evangelização para todos, ajudando ao próximo sem ferir o seu livre-arbítrio. E finalmente, participar de trabalhos envolvendo a temática do bem e educando o espírito.
Ainda precisamos estudar e entender Kardec naquilo que ele deixou de mais precioso e imensurável, tal como: a sua personalidade, o seu bom senso, a pesquisa racional, o amor pelo estudo, o equilíbrio nas ponderações e o respeito ao semelhante.
Ainda mal compreendido, seja por aqueles que o veneram ou por aqueles que o perseguem, ele é o remédio ou o antídoto para os terríveis males do materialismo.
Graças ao Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail o estudo da Doutrina Espírita iniciou um processo de esclarecimento das verdades espirituais a todos os homens da Terra e, apoiado pela ciência, estará sempre evoluindo, trazendo novas notícias da “verdadeira vida” que é a pátria espiritual, levantando um pouco mais este imenso véu que cobre o nosso orgulho e a nossa vaidade.
Obrigado Kardec, a nossa eterna gratidão.
Notas:
1John Huss – sacerdote, teólogo e reformador checo, que viveu entre 1369-1415, morrendo na fogueira como herege. Corajoso e seguro em suas posições em relação à Igreja, trabalhou a bíblia junto ao povo, 100 anos antes de Martinho Lutero.
2Johann Kaspar Lavater – Teólogo e pensador suíço. Uma das encarnações de Eurípedes Barsanulfo.
3Emanuel Swedenborg – Sueco e vidente, e que muito contribuiu como um dos precursores da Doutrina Espírita.
Marcos G. Jüwer
01 - EURÍPEDES BARSANULFO (01/05/2024)
Bem no coração do que hoje chamamos de Triângulo Mineiro, a mãe natureza, durante muitos anos, esculpiu entre colinas verdejantes um vale majestoso banhado pelas águas límpidas de um ribeirão chamado Borá.
Assim nascia Sacramento, em 24 de agosto de 1820, agraciado pelo sol do Criador e aquecida pelas vibrações de Jesus.
Sacramento ainda era jovem quando em 1º de maio de 1880 teve a notícia do nascimento de Eurípedes, o “Apóstolo de Jesus”, filho do casal Hermógenes de Araújo “Seu Mogico” e de Jerônima Pereira de Almeida “Dona Meca”. Era o terceiro filho de uma numerosa família mineira de 15 irmãos.
Fisicamente franzino, teve uma infância muito pobre. Criou-se naquela aprazível e tranquila localidade do Triângulo Mineiro onde iniciou o seu aprendizado em meio às dificuldades econômicas, pois seu pai, como balconista, ganhava muito pouco.
Conta-se que aos quatro anos teve desejo de possuir uma moeda para comprar doces e seus coleguinhas, mais velhos, sugeriram que fizesse uma com caco de telha. Não perdeu tempo e pegou um pedaço de telha e o esfregou em uma pedra até ficar redondinha como uma moeda, E lá se foi, alegre e confiante à comprar o tão desejado doce. O dono da confeitaria compreendendo o que se passava e vendo bondade e inocência naquele menino, sorrindo deu-lhe a guloseima escolhida.
E assim, a sua vida foi se desenvolvendo, com dificuldades várias, mas nunca se ausentando dos estudos e aos 9 anos matriculou-se no Colégio Miranda, fundado pelo professor João Derwil de Miranda, conhecido e respeitado professor de Sacramento e adjacências. A inteligência e a dedicação de Eurípedes chamaram a atenção do professor Miranda que o convocou para a função de monitor da sua escola.
Graças a sua inteligência, vontade e excepcional autodidatismo, adquiriu excelente cultura, nos mais variados campos do saber.
Em 1902, aos 22 anos de idade, foi com seu pai ao Rio de Janeiro para se matricular no curso preparatório da Escola de Medicina da Marinha. Lá poderia continuar seus estudos e mais do que nunca, poder ajudar a sua mãezinha que vez por outra, passava por sérias convulsões que ninguém sabia diagnosticar.
A doença de sua mãezinha era motivo de sua permanente preocupação. Meses depois, quando se preparava a fim de viajar para capital, dona Meca sofreu outra crise epiléptica. Eurípides logo percebeu os motivos determinantes daquele ataque e compreendeu que a boa senhora não suportaria sua separação. Decidiu não mais deixar sua cidade natal.
Dinâmico, fundou o 1º jornal da cidade ao qual ele e seus companheiros deram o nome de “Gazeta de Sacramento”.
Foi eleito vereador em 1907 e permaneceu até janeiro de 1911, dedicando-se, a partir daí, inteiramente ao ensino, aos seus doentes e ao Espiritismo, doutrina que já havia abraçado àquela época.
Com um grupo de colegas fundou, em 1902, o “Liceu Sacramentano”. A instituição cresceu rapidamente, adquirindo alto conceito junto à população. Manteve esse ritmo até os 25 anos de idade (1905), ocasião em que a espiritualidade lhe enseja um encontro com o Espiritismo.
O ano de 1902 talvez tenha sido o ano mais importante de sua vida, pois neste mesmo ano, no distrito de Santa Maria, distante 18 km de Sacramento, seu tio, o senhor Mariano da Cunha, chamado de tio Sinhô, irmão da mãe de Eurípedes, era na época um dos maiores entusiastas do recém-chegado Espiritismo no Triângulo Mineiro. Eram constantes os comentários sobre os fatos que lá ocorriam no Centro Espírita Fé e Amor. As reuniões mediúnicas eram muito interessantes e espíritos falavam de forma literária através da boca de médiuns completamente ignorantes, comentando inclusive o Evangelho de Jesus.
Eurípides, na época, era católico praticante e aconselhava o seu tio Mariano a deixar aquelas atividades demoníacas e com ele manteve várias polêmicas amistosas. Certa noite, Mariano pernoitou em casa de sua irmã e novamente o assunto, espiritismo, foi o tema da conversa. Mariano não tinha condições intelectuais de discutir com seu sobrinho, então ofertou um livro de Léon Denis, na certeza de que ele responderia as dúvidas do jovem professor de Sacramento.
É sempre bom ressaltarmos, que a primeira obra espírita com a qual Eurípedes teve contato foi “Depois da Morte”, de Léon Denis, que provocou nele drásticas reflexões íntimas, aceitando os princípios espíritas, e não os livros de Kardec, como seria natural para muitos, mostrando a importância deste grande espírita contemporâneo de Allan Kardec, cujos codinomes, os mais representativos eram: o "Consolidador do Espiritismo" ou o "Apóstolo do Espiritismo".
Eurípedes leu o livro durante a noite inteira e com a alegria dos que descobrem algo muito importante disse a seu tio, quando este acordou, que considerava aquele livro uma grande obra. Nele havia encontrado os esclarecimentos filosóficos do problema do ser, do destino e da dor, para os quais buscava respostas, a fim de bem compreender os Evangelhos, sobretudo o Sermão do Monte.
Já interessado no assunto, Eurípedes foi até a Fazenda Santa Maria para assistir uma reunião mediúnica que deu um novo rumo para sua vida.
Durante o trajeto, Eurípedes em pensamento, solicitou aos amigos espirituais caso, essa doutrina viesse diretamente de Deus, que o orientasse sobre as Bem-Aventuranças, pois queria entender e sentir aqueles ensinamentos de Jesus, em especial, os Bem-Aventurados os Aflitos e ainda fez um pedido adicional, que a mensagem fosse esclarecida por João Evangelista a quem ele amava intensamente e, outro detalhe, que toda a atividade mediúnica fosse realizada pela boca de um médium de pouca cultura, totalmente incapaz de tal proeza, no caso, o médium Aristides. Depois desta reunião Eurípedes nunca mais foi o mesmo.
Através deste médium humilde e simples estabelece-se uma comunicação psicofônica de João Evangelista, esclarecendo algumas passagens do Sermão do Monte, a pedido do próprio Eurípedes.
Suas convicções se consolidaram ao receber uma mensagem do Dr. Bezerra de Menezes, através do médium Mariano da Cunha, seguida de outra ditada pelo espírito de São Vicente de Paulo, que se confessava ser seu protetor espiritual.
Não tinha mais como duvidar... Aceitou a nova doutrina de razão, de lógica e de bom senso e a ela dedicaria com Cristo o resto de sua vida.
Resolveu deixar a igreja católica. Afastou-se da Irmandade São Vicente de Paula, da qual era a secretário e dedicou-se, definitivamente, a doutrina dos Espíritos.
Seus próprios familiares, católicos praticantes como ele, não compreenderam tal decisão e procuraram dissuadi-lo, alegando que ele estava endemoniado.
Portanto, uma das primeiras ações que o Apóstolo da Caridade veio a realizar assim que retorna da Fazenda de Santa Maria para Sacramento foi a de inaugurar o Colégio Allan Kardec, o primeiro colégio espírita do Brasil e do mundo.
Assim sendo, o Liceu Sacramentano, instituição que tinha alto conceito junto à população teve o seu nome trocado para Colégio Allan Kardec a mando de Maria, mãe de Jesus.
Através de sua ex-aluna, Corina Novelino, em seu livro “Eurípedes - O Homem e a Missão” (por sinal a melhor obra biográfica do nosso querido professor) deixo aqui, de forma textual, o que a Doce Maria escreveu pela psicografia do próprio Eurípedes.
“Não feche as portas da escola. Apague da tabuleta a denominação Liceu Sacramentano - que é um resquício do orgulho humano. Em substituição, coloque o nome – Colégio Allan Kardec”. Ensine o Evangelho do meu filho às quartas-feiras e institua um curso de Astronomia. Acobertarei o Colégio Allan Kardec sob o manto do meu amor.
Maria, Serva do Senhor ” (Op. Cit., p. 110).
Nasceu, assim, o primeiro Educandário brasileiro de orientação espírita, em 31 de janeiro de 1907, introduzindo técnicas didáticas inovadoras, para o início do século XX.
Eurípedes passou a dividir o seu tempo entre suas nobres atividades de educador, de Espírita praticante e, principalmente, a de assistir aos necessitados de todos os matizes que o procuravam cada vez em maior número devido ao seu apostolado mediúnico.
Historicamente é importante destacar que em 1890, seu tio Mariano, juntamente com o Sr. Peiró1, fundaram em Santa Maria (lugarejo bem próximo de Sacramento) o Centro Espírita Fé e Amor.
Eurípedes logo começa a ter notícias dos fenômenos mediúnicos que lá ocorriam.
É exatamente nesta fase da vida de Eurípedes que convido aos nossos leitores a viajarem no tempo e adentrarem naquele lar simples e humilde onde o nosso professor residia e que deu início ao seu trabalho mediúnico no solo mineiro.
Em 1905, espírita convicto e médium inspirado, fundou o “Grupo Espírita Esperança e Caridade”, cuja atividades desenvolveram-se tanto no aspecto assistencial como no doutrinário.
Médium, repito, com diversas mediunidades, realizou as primeiras operações cirúrgicas sem anestesia da História do Espiritismo no Brasil.
Atendia diariamente centenas de pessoas que vinham de várias cidades, algumas delas desenganadas pela medicina oficial. Em geral, os remédios prescritos eram manipulados na “Farmácia Espírita Esperança e Caridade” e distribuídos sem jamais cobrar.
Foi processado pelo exercício ilegal da Medicina, mas seu processo prescreveu, por não encontrar juiz que o quisesse condenar.
Graças a uma obra editada em 2001 intitulada “Eurípedes – O Médium de Jesus”, é que podemos tomar contato com estas primeiras mensagens das reuniões mediúnicas em que o nosso querido professor Eurípedes participava de 1906 a 1909 em Sacramento, e que permaneceram guardadas por mais de 50 anos. Com a ajuda de alguns médiuns que se deslocavam de Santa Maria até Sacramento, sua mãe (extraordinária médium passista e de cura) além de alguns irmãos, Eurípedes iniciava suas atividades. O momento de maior deleite espiritual era quando Eurípedes se desdobrava (fenômeno este já bastante estudado em sua biografia) trazendo a todos belíssimos comentários e, não raro, com manifestações de grandes espíritos que deixavam todos perplexos com as palavras e as vibrações para todos dirigidas. Revela-se um médium completo, portador de todas as faculdades mediúnicas que foram exercitadas com simplicidade e pureza.
Para termos uma ideia dos espíritos que participavam das reuniões mediúnicas do Grupo Espírita naquele início de século, citaremos alguns deles: Bittencourt Sampaio, Agostinho, Floriano Peixoto, Vicente de Paulo, Antônio de Pádua, Cura d’Ars, Joana d’Arc, João Evangelista, Matheus (O Apóstolo), Casimiro de Abreu, Simão Pedro, Charitas, Inácio de Loiola, João Baptista, Martin Lutero, Ismael, Marcos, Martha, Gabriel, Samuel Hahnemann, Maria (Mãe de Jesus), Allan Kardec, Isabel (Mãe de João Baptista), dentre outros.
Não podemos subestimar o que aconteceu em Santa Maria ou em Sacramento naquela época! Os médiuns eram pessoas do campo, com pouco ou nenhum nível de instrução, mas com elevado grau de teor moral e de fé. Através destes médiuns, os espíritos da falange crística que auxiliaram Kardec na elaboração do seu pentatêuco se faziam presentes, e teciam comentários belíssimos sobre as obras do amantíssimo discípulo de Pestalozzi.
Mas o seu grande despertar para a missão que o aguardava iremos encontrar nas página do livro A Vida Escreve, de Hilário Silva, psicografado pelo nosso querido Chico Xavier, naquela noite onde ele se desprende do corpo somático e o seu espírito sobe... sobe... levitando, até encontrar o Mestre Jesus...
Se não fosse esta obra do Espírito Hilário Silva, nós nunca teríamos conhecimento deste episódio, já que Eurípedes, enquanto encarnado, nunca contou este acontecimento a ninguém.
A partir de então começou a atender diariamente centenas de pessoas que vinham de várias cidades, algumas delas desenganadas pela medicina oficial. Em geral, os remédios prescritos eram manipulados na “Farmácia Espírita Esperança e Caridade” e distribuídos sem jamais cobrar.
Foi, inclusive, processado pelo exercício ilegal da Medicina, mas seu processo prescreveu, por não encontrar juiz que o quisesse condenar.
Sempre é importante sinalizar que a Dona Meca (sua mãe querida) participava das atividades assistenciais doutrinárias, pois era uma excelente médium passista, já que possuía o dom do passe magnético curador.
Eurípedes, ao lado de Bezerra de Menezes, realizava um grande trabalho na área da mediunidade curadora realizando centenas de cirurgias e partos dificílimos, mas com enorme sucesso. Sua mediunidade era completa e podemos destacar duas das mais importantes que eram a do desdobramento e da bilocação.
É fato comprovado que, através deste fenômeno de deslocamento, aproximando-se do fim da Primeira Guerra Mundial, foi até ao Palácio de Versalhes e presenciou, no salão nobre daquela localidade, o Tratado de Paz, que deu término a este sangrento conflito mundial.
Através deste tipo de mediunidade realizou também várias cirurgias e atendimentos aos mais necessitados, principalmente aqueles que habitavam locais muito afastados.
Sua vida se passou assim, de plena dedicação ao próximo, até o seu retorno a pátria espiritual em 1º de novembro de 1918. Acometido de uma grave epidemia de gripe que assolou o nosso país causando centenas de milhares de mortes, a terrível Gripe Espanhola, também chegou na cidade de Sacramento. Durante a epidemia, Eurípedes desdobrou-se para atender a todos que necessitassem do seu auxílio, propiciando tratamento, medicação e passes magnéticos. Mas no dia 24 de outubro, doente, febril e extremamente enfraquecido, deitou-se para um pequeno descanso e não mais se levantou.
Às 6 horas da manhã, do dia 1º de novembro de 1918 era chegado o momento daquela sublime alma voltar para a pátria espiritual. Sua mãe orava junto ao seu leito quando ele tranquilamente desencarnou.
Eurípedes, hoje no plano maior, continua a trabalhar com vários irmãos em Cristo, com uma equipe multidisciplinar, ajudando-nos na Evangelização destes espíritos da nova-era, que chegam agora ao nosso planeta e que muitos já estão em nossos lares.
O nosso carinho e a nossa gratidão por este grande missionário que sempre velou por nós!
Esta é a história de um homem simples e bom, que fez da caridade para com o próximo e da seara mediúnica sua opção de servir como discípulo de Jesus.
Marcos G. Jüwer
(Centro Espírita Aristides Silva – 13º CEU - Teresópolis)
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1 Frederico Peiró – Natural da Espanha, torna-se espírita assim que chega ao Brasil. Em 1897, conhece Sinhô Mariano e identifica nele um grande médium. Possuidor de grande extensão de terras e figura querida por todos daquela região do rio Grande, teve seu nome imortalizado em uma cidade que fica entre Uberaba e Sacramento denominada Peirópolis.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BARSANULFO, Eurípedes. (Coletânea de Mensagens). Eurípedes – O Médium de Jesus Ed. CAK. 2001.
DE BARROS, Homero Moraes. Eurípedes Barsanulfo: O Missionário da Mediunidade; Ed. Didier, 2010.
DENIS, Léon. Depois da Morte. Ed: CELD, 3ª Edição, 2011.
NOVELINO, Corina. Eurípedes - O Homem e a Missão; Ed. Ide, 1979
RIZINNI, Jorge. Eurípedes Barsanulfo. O Apóstolo da Caridade. Ed. Correio Fraterno, 9ª Edição. 2014
VIEIRA, Waldo e XAVIER, Chico. A Vida Escreve; Ed. FEB, 1978
Comentário:
Deixo um abraço fraterno e agradecimento profundo por essa pérola de conhecimentos. Obrigado por dividi-los. Que Jesus lhe envolva em harmonia e paz irmão.
Anônimo