08 - LÍNGUA PORTUGUESA (11/07/2024)
Não é um texto espirita e tão pouco é maio, pelo contrário, estamos em julho.
Esse texto é uma indicação de uma irmã muito querida. – Se eu fosse você eu lia.
Uma bela celebração da nossa língua, 05 de MAIO.
“Volta e meia alguém olha atravessado quando escrevo “leiaute”, “becape” ou “apigreide” – possivelmente uma pessoa que não se avexa de escrever “futebol”, “nocaute” e “sanduíche”“.
Deve se achar um craque no idioma, me esnobando sem saber que “craque” se escrevia “crack” no tempo em que “gol” era “goal”, “beque” era “back” e “pênalti” era “penalty”.
E possivelmente ignorando que esnobar venha de “snob”.
Quem é contra a invasão das palavras estrangeiras (ou do seu aportuguesamento) parece desconsiderar que todas as línguas do mundo se tocam, como se falar fosse um enorme beijo planetário.
As palavras saltam de uma língua para outra, gotículas de saliva circulando em beijos mais ou menos ardentes, dependendo da afinidade entre os falantes.
E o português é uma língua que beija bem.
Quando falamos “azul”, estamos falando árabe.
E quando folheamos um almanaque, procuramos um alfaiate, subimos uma alvenaria, colocamos um fio de azeite, espetamos um alfinete na almofada, anotamos um algarismo.
Falamos francês quando vamos ao balé, usando um paletó marrom, quando fazemos um croqui ou uma maquete com vidro fumê; quando comemos uma omelete ou pedimos na boate um champanhe ao garçom; quando nos sentamos no bidê, viajamos na maionese, ou quando um sutiã (sob o edredom) provoca uma gafe - ou um frisson.
Falamos tupi ao pedir um açaí, um suco de abacaxi ou de pitanga; quando vemos um urubu ou um sabiá, ficamos de tocaia, votamos no Tiririca, botamos o braço na tipoia, armamos um sururu, comemos mandioca (ou aipim), regamos uma samambaia, deixamos a peteca cair.
Quando comemos moqueca capixaba, tocamos cuíca, cantamos a Garota de Ipanema.
Dá pra imaginar a Bahia sem a capoeira, o acarajé, o dendê, o vatapá, o axé, o afoxé, os orixás, o agogô, os atabaques, os abadás, os babalorixás, as mandingas, os balangandãs?
Tudo isso veio no coração dos infames “navios negreiros”.
As palavras estrangeiras sempre entraram sem pedir licença, feito um tsunami.
E muitas vezes nos pegando de surpresa, como numa blitz.
Posso estar falando grego, e estou mesmo.
Sou ateu, apoio a eutanásia, gosto de metáforas, adoro bibliotecas, detesto conversar ao telefone, já passei por várias cirurgias.
E não consigo imaginar que palavras usaríamos para a pizza, a lasanha, o risoto, se a máfia da língua italiana não tivesse contrabandeado esse vocabulário junto com a sua culinária.
Há, claro, os exageros.
Ninguém precisa de um “delivery” se pode fazer uma “entrega”, ou anunciar uma “sale” se se trata de uma “liquidação”.
Pra quê sair pra night de bike, se dava tranquilamente pra sair pra noite de bicicleta?
Mas a língua portuguesa também se insinua dentro das bocas falantes de outros idiomas.
Os japoneses chamam capitão de “kapitan”, copo de “koppu”, pão de “pan”, sabão de “shabon”.
Tudo culpa nossa.
Como o café, que deixou de ser apenas o grão e a bebida, para ser também o lugar onde é bebido.
E a banana, tão fácil de pronunciar quanto de descascar, e que por isso foi incorporada tal e qual a um sem-fim de idiomas.
E o caju, que virou “cashew” em inglês (eles nunca iam acertar a pronúncia mesmo).
“Fetish” vem do nosso fetiche, e não o contrário.
“Mandarim”, seja o idioma, seja o funcionário que manda, vem do portuguesíssimo verbo “mandar”.
O americano chama melaço de “molasses”, mosquito de “mosquito” e piranha, de “piranha” – não chega a ser a conquista da América, mas é um começo.
Tudo isso é a propósito do 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa, cada vez mais inculta e nem por isso menos bela.
Uma língua viva, vibrante, maleável, promíscua – vai de boca em boca, bebendo de todas as fontes, lambendo o que vê pela frente.
“Mais de oitocentos anos, e com um tesão de vinte e poucos.”
Por Eduardo Afonso.
Observação:
Meu pai, hoje na pátria espiritual, deixou de comprar toucinho de fumeiro porque o vendedor disse que só tinha bacon. Isso na extinta Casa da Banha aqui no Rio de Janeiro na década de 80. O que ele ia dizer hoje do Hambúrguer?
Quando moleque joguei Futebol de Salão. Hoje meus netos jogam Futsal, evolução da língua ou retrocesso.
Deixa um recado com sua opinião.
Ricardo Guimarães.
07 - Dia dos Namorados (12/06/2024)
Santo Onofre: o santo solitário do dia dos namorados que passou 60 anos sem contato com ninguém
É Dia dos Namorados no Brasil. Mas, ao contrário dos países em que a data faz referência a um santo ligado ao amor, o São Valentim de 14 de fevereiro, o Martirológio Romano reserva ao 12 de junho uma antítese da vida a dois: Santo Onofre.
Criado no Brasil em 1949 pelo publicitário João Doria (pai) (1919-2000), o Dia dos Namorados é meramente comercial e sua única ligação com a religiosidade popular está no fato de ser véspera do dia de Santo Antônio, o popularíssimo santo casamenteiro. Em outras palavras, permite a analogia de que o namoro seria a véspera do casamento.
O que muitos não sabem é que dia 12 é dia de Santo Onofre. Então criou-se uma interessantíssima contradição”. “Ninguém lembrou que é dia de Santo Onofre e Santo Onofre, na tradição católica, é o grande eremita do deserto, o casto, o solitário, o homem que passou 60 anos no deserto de Tebaida, no Egito, sem ter contato com qualquer pessoa, em voto de castidade de silêncio”, afirmou Simas.
Para o historiador, o personagem pode ser definido como “o santo da castidade, o santo eremita, o antissocial do deserto”.
Simas acredita que essa dissonância tem sua lógica por algumas razões. Primeiro porque “o próprio São Valentim não é um santo que se popularizou no Brasil”. Isso já contribuiu para que a data de fevereiro não pegasse mesmo.
Também há o fato sazonal: no hemisfério norte, a data coincide com o finzinho do inverno e os preparativos para o início da primavera. “Coisa que no Brasil não faria o menor sentido. Tem essas condicionantes”, contextualiza.
Daí que quando o publicitário Doria (pai) inventou a comemoração, ele estava na verdade de olho nos livros-caixa.
“Junho é um mês de desaquecimento de vendas e isso foi uma maneira de pegar um certo vazio comercial e criar uma data”, diz Simas.
A conveniência foi colar em Santo Antônio. Mas não se atentou para o Onofre.
Quem foi?
De acordo com a tradição cristã Onofre teria sido um ermitão egípcio que viveu entre os anos 320 e 400 de nossa era.
“Ele passou de 60 a 70 anos em solidão no deserto, cobrindo-se com folhas ou com seus próprios cabelo e barba, no deserto da Tebaida, no Alto Egito, em fins do século 4”, segundo o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileira de Hagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Ceará.
“Não consta em registros hagiográficos, salvo no Martirológio”, acrescenta.
Autor do livro Os Santos de Cada Dia, o escritor, teólogo e pesquisador J. Alves ressalta à reportagem, via e-mail, que “o que sabemos sobre Santo Onofre advém da tradição que construiu várias narrativas sobre a vida do santo”.
“A mais importante nos chega mediante os relatos de santo abade Pafúncio, que viveu por um tempo com ele, aprendendo sobre a vida ascética. Assim, a figura de Santo Onofre está profundamente ligada à de São Pafúncio [também grafado como Pafnutio ou Pafnúcio], grande incentivador da vida monástica”, explica Alves.
“Tanto que quando participou do Concílio de Niceia [em 325 d.C.] São Pafúncio destacou a importância dos monges e dos eremitas na Igreja”, acrescenta o teólogo.
Segundo a narrativa mais reconhecida, foi em uma de suas andanças pelo deserto, já na segunda metade do século 4, que Pafúncio encontrou-se com Onofre.
Nos relatos de Pafúncio, Onofre foi descrito como uma figura curiosa, de longa barba e cabelos descendo à cintura, trajado com uma tanga de folhas. “Vivia em uma gruta”, pontua Alves.
“O velhinho o convidou a ficar com ele. Onofre contou-lhe sua vida, dizendo que era monge e vivia em uma comunidade monástica, depois se fez eremita e ali na gruta vivia sozinho havia mais de 60 anos.”
“Alimentava-se de tâmaras de uma palmeira”, narra o escritor.
“São Pafúncio conta que passaram a noite rezando e conversando sobre as coisas de Deus. Ao romper da aurora, São Pafúncio notou que o santo homem estava exangue e prestes a entregar seu espírito a Deus. Vendo o espanto de São Pafúncio, o santo eremita o consolou dizendo que, na sua infinita misericórdia, Deus o tinha enviado à sua gruta para sepultá-lo. Assim dizendo, Onofre abençoou-o e morreu.”
De acordo com os relatos de Pafúncio, assim que Onofre morreu “a gruta desabou e a palmeira secou”.
Fato ou lenda?
A exemplo de muitas figuras do cristianismo antigo, não há como provar que Onofre tenha realmente existido. “Não existem restos mortais conhecidos dele”, diz Lira.
No Martirológio Romano está registrado em 12 de junho, como morto no ano de 400: “No Egito, Santo Onofre, anacoreta, que passou 60 anos de vida religiosa na amplidão do deserto”.
“O relato diz, sucintamente, que Pafúncio encontrou um monge num cenobita da região da Tebaida, abandonou-o para viver uma vida de eremita e, durante 60 a 70 anos, Onofre viveu sozinho no deserto, usando apenas, para proteger as partes pudentes, folhas ou seus longos cabelo e barba”, complementa o pesquisador.
Ou seja: em uma das versões, Pafúncio teria encontrado Onofre no fim de seu período ermitão. Em outra, no início.
Lira ressalta que o maior indicativo de que o personagem existiu de fato é sua presença no Martirológio.
“Como se pode constatar, não há comprovação histórica de que ele existiu. Entretanto, a figura de São Pafúncio lhe empresta veracidade pelo fato de ter ele vivido entre os século 3 e 4 e de ter tido uma atuação histórica na vida da Igreja, como defensor da vida monástica”, argumenta Alves.
“Historicamente sabe-se que o final do século 4 foi marcado pela institucionalização do cristianismo por Constantino [imperador romano] e pelo florescimento do monaquismo.”
Solidão e santidade
A vida solitária, no entendimento desses ermitãos, era uma maneira de estar em contato direto com o divino. Por isso Onofre se tornou um exemplo: mais de 60 anos sem nenhum contato com ninguém.
“Os eremitas se separavam do mundo para uma interlocução direta com Deus”, contextualiza Lira.
“Isso não é privilégio de Onofre. Muitos outros santos, padres, religiosos e confessores da fé cristã se retiraram para uma reflexão mais profunda e um encontro mais próximo com Deus. Se formos ao Velho Testamento, por exemplo, vamos encontrar Moisés que se retirou a um monte e dali voltou com as tábuas da lei. O próprio filho de Deus [Jesus] se retirava para orar e, para o início de sua vida pública, esteve no deserto.”
“Acredito que ele [Onofre] buscava o estado de natureza e uma ligação mais próxima com Deus”, diz Lira.
Alves completa lembrando que, naquele período, “a busca da vida ascética levou muitos cristãos a encontrar no deserto o refúgio para uma vida de contemplação, penitência e purificação espiritual”.
“Santo Onofre se enquadra nesse contexto como inspirador da vida monástica”, afirma.
Como ele se tornou santo ainda no primeiro milênio, não teve nenhum processo de canonização nem sequer semelhante ao que ocorre hoje. Portanto, não há uma justificativa milagrosa para o fato de ele ter sido incluído no cânone católico. “A prova de sua santificação, para nós, é a sua inscrição no Martirológio”, frisa Lira.
“Não há uma bula ou decreto designando-o santo. Sua memória é facultativa, mas, recomendada. E não só a Igreja Católica Apostólica Romana o cultua mas as orientais também.”
“Ele foi um exemplo de vida santa, da busca incessante de Deus mediante a penitência e a oração”, enfatiza Alves.
“É uma figura emblemática da vida ascética e eremítica. Sua confiança inabalável na providência divina, que não desampara quem em Deus confia, e leva a superar situações extremas de perigos e necessidades, serviu e serve de inspiração espiritual a todos os cristãos.”
Segundo o teólogo, isso fez com que sua devoção tenha se espalhado “tanto na Igreja Ortodoxa como na Católica” e atravessado os séculos, “passando pelos Cruzados que carregavam suas relíquias como proteção contra os perigos” e tendo chegado ao Brasil “pelos colonizadores, enriquecendo a religiosidade popular através do sincretismo de matrizes religiosas afro-ameríndias”.
“Em termos gerais ele seria patrono dos tecelões”, diz Lira.
“Mas minha avó paterna conservava uma imagem dele para proteger da fome. Ela me dizia que na casa que tivesse uma imagem de Santo Onofre ninguém passaria fome. Não há fontes para esse patronato, mas, é com base na tradição e no que teria vivido o santo”, acrescenta.
Na devoção popular, ele também é invocado por aqueles que querem se livrar do alcoolismo ou pelos que são vítimas da convivência com familiares alcoólatras.
Autor Historiador:
Luiz Antônio Simas,
Entre outros, Santos de casa:
fé, crenças e festas de cada dia.
Fonte:
06 - JESUS E BUDA, SEMELHANÇA DOS ENSINAMENTOS (15/04/2024)
Jesus e Buda são os grandes inspiradores das duas maiores religiões de todos os tempos. Muitos não sabem, mas há consideráveis semelhanças entre ambos… o que nos leva a crer que sua sabedoria teve origem numa mesma fonte universal. Vejamos algumas semelhanças entre eles.
Raiva, cólera.
Jesus: Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo. (Mateus 5, 22)
Buda: Ó monges, ainda que alguém vos fira, sede pacientes, não tenham cólera nem ódio. Abandonar a cólera ao sabor dos caprichos prejudica o trilhamento do Caminho e destrói os méritos.
Orgulho, humildade.
Jesus: Bem-aventurados os pobres de espírito (humildes), porque deles é o reino dos céus; (Mateus, 5, 3)
Buda: Ó monges, quando em vós se manifestar o orgulho, este deverá ser imediatamente extirpado. Nem sequer os fiéis leigos deverão deixar que o orgulho se desenvolva. Com muito mais razão, portanto, os monges, aqueles que encontraram no Caminho, que se humilham e andam pedindo esmolas para obter a libertação, deverão se abster do orgulho.
Devolvendo o mal com o bem
Jesus: Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; (Mateus 5, 43)
Buda: É pela benevolência que se deve vencer a cólera: é pelo Bem que se deve vencer o Mal. Deve-se vencer o avarento pela liberalidade, e o mentiroso pela verdade.”
A importância da prática
Jesus: Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda. (Mateus 7, 24)
Buda: “Saber de cor todos os Vedas não conduz à Verdade. O conhecimento útil, a verdadeira ciência, só pode ser adquirido pela prática.”
Lei de causa e efeito
Jesus: Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. (João 5, 14) [Jesus profere essa frase após curar o cego do tanque de Betesda. Fica claro que o homem era cego porque havia praticado alguma falta e que, se voltasse a “pecar”, coisa pior iria lhe suceder. Aqui vemos uma referência da lei de causa e efeito quando se faz uma ligação entre os atos e um sofrimento que vem em decorrência destes atos].
Buda: “Os seres têm como patrimônio seu karma; são os herdeiros, os descendentes, os pais, os vassalos do seu karma. É o karma que divide os homens em superiores e inferiores.” [Buda fala ainda mais claramente sobre o karma, ou lei de causa e efeito]
O valor da renúncia
Jesus: Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. (Lucas 14, 33)
Buda: A esse que nada mais espera neste mundo, nem em um outro mundo, que é a tudo insensível, de tudo desprendido – a esse eu chamo de sábio.
Guiando para a luz
Jesus: Falando novamente ao povo, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8, 12)
Buda: “Não busco recompensa alguma, nem mesmo renascer num paraíso; procuro, porém, o bem dos homens, procuro reconduzir os que saíram do Caminho, alumiar os que vivem nas trevas e no erro, banir do mundo toda pena e sofrimento.”
Viver o presente
Jesus: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mateus 6, 34).
Buda: “Não corras atrás do passado,
Não busques o futuro,
O passado passou.
O futuro ainda não chegou.
Vê, claramente, diante de ti o Agora.
Quando o tiveres encontrado.
Viverás o tranqüilo e imperturbável estado mental.”
O destino de todos os seres
Jesus frequentemente falava sobre o Reino de Deus ou Reino dos céus, um estado de bem-aventurança que era considerado o objetivo da vida de todos.
Buda falava sobre o “nirvana”, um estado de ser e consciência de suprema felicidade que também era considerado o destino final de todos os seres.
Esse destino é interno e não externo
Jesus dizia que o Reino de Deus não existe com aparência externa, mas existe dentro de nós.
Buda também afirmava que o nirvana é um estado de ser que existe em cada pessoa.
O que plantamos, colhemos
Jesus: “Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.” (Mateus 26:52)
Buda: “Eu sou o resultado de meus próprios atos, herdeiro dos meus atos; os atos são a matriz que me trouxe, os atos são meu parentesco; os atos recaem sobre mim; qualquer ato que eu realize, bom ou mau, eu dele herdarei. Eis em que deve sempre refletir todo homem e toda mulher.”
Semelhanças biográficas
Há também várias semelhanças e paralelos entre a história da vida de Buda e de Jesus. Vejamos algumas:
Desapego em relação a vida humana
Jesus largou tudo para seguir seu ministério.
Buda era um príncipe herdeiro de um reino e também largou tudo para buscar a verdade.
Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mateus 26.41.
Buda: Abandonar os cinco sentidos ao sabor de seus caprichos é como deixar um cavalo indômito sem rédeas. Tal cavalo arrasta as pessoas e as derruba dentro de buracos. O prejuízo causado por um cavalo indômito atinge apenas o presente, mas o causado pelos cinco sentidos atinge inclusive o futuro. Por isso, deveis evitá-lo. O sábio vigia seus cinco sentidos como a um ladrão. Jamais se descuida deles. Mesmo que se descuide por um instante, logo readquire o controle.
Jesus: Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. (Mateus 7, 1-5)
Buda: Que ninguém procure o defeito nos outros; que ninguém observe as omissões e ações dos outros. Mas observemos os nossos próprios atos.
Procuravam não possuir coisa alguma
Jesus não possuía coisa alguma.
Buda não possuía coisa alguma.
Ensino simbólico
Jesus ensinava frequentemente por parábolas e símbolos para que pudesse ser compreendido por todos.
Buda também utilizou muitas vezes parábolas e símbolos em seus ensinamentos.
As tentações
Jesus viveu tentações e conseguiu vencer todas elas.
Buda também viveu diversas tentações e conseguiu se libertar de todas.
Um ser reconhecido como “tentador”
Jesus enfrentou e venceu um ser simbólico chamado de “diabo” que criou suas tentações no deserto.
Buda também enfrentou e venceu um ser simbólico que se chamava de Mara, o demônio das ilusões.
Oposição aos religiosos ortodoxos
Jesus confrontou os religiosos ortodoxos de sua época, os fariseus, e disse que sua ortodoxia não conduzia as pessoas ao Reino de Deus. Jesus se referiu aos fariseus como cegos guiando outros cegos.
Buda também confrontou os religiosos ortodoxos de sua época, os brâmanes, afirmando que suas práticas ritualísticas não conduziam as pessoas ao nirvana. Buda também usou a mesma metáfora de uma fila de cegos guiando outros cegos quando se referiu ao conhecimento dos brâmanes sobre a verdade.
Não criaram religiões
Jesus não criou nenhuma religião, embora tenha mencionado a criação de uma “igreja” do latim ecclesia, do grego Ekklesía, que significa uma comunidade, assembleia ou associação onde todos se reuniam para um fim comum.
Buda também não criou qualquer religião, mas também falou da sangha, que é uma comunidade onde os adeptos se reúnem para praticar o Dharma, ou a lei transmitida, os ensinamentos de Buda.
Nunca escreveram nada
Jesus nunca escreveu nada
Buda também nunca escreveu nada
Vida após a morte
Jesus afirmava que existia uma vida após a morte
Buda também afirmava a existência de uma vida no além-túmulo.
Autor desconhecido
Por Hugo Lapa Facebook
05 - APRENDA A AMAR COM OS ANIMAIS (15/03/2024)
Na visão de uma criança
Por que os cães vivem menos que as pessoas?
Aqui está a resposta:
Sendo um veterinário, fui chamado para examinar um cão de 13 anos de idade chamado Batuta. A família esperava por um milagre.
Examinei Batuta e descobri que ele estava morrendo de câncer e que eu não poderia fazer nada…
Batuta foi cercado pela família. O menino, Pedro, parecia tão calmo, acariciando o cão pela última vez, e eu me perguntava se ele entendia o que estava acontecendo. Em poucos minutos, Batuta caiu pacificamente dormindo para nunca mais acordar.
O garotinho parecia aceitar sem dificuldade. Ouvi a mãe se perguntando; -Por que a vida dos cães é mais curta do que a dos seres humanos?
Pedro disse: “Eu sei por quê.”
A explicação do menino mudou minha maneira de ver a vida.
Ele disse: —”A gente vem ao mundo para aprender a viver uma boa vida, como amar aos outros o tempo todo e ser boa pessoa, né?! Como os cães já nascem sabendo fazer tudo isso, eles não têm que viver por tanto tempo como nós.” Entendeu?
Moral da história é:
Se um cão fosse seu professor, você aprenderia coisas como:
* Quando teus entes queridos chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-los.
* Nunca deixe passar uma oportunidade de ir passear.
* Permita que a experiência do ar fresco e do vento no seu rosto seja de puro êxtase!
* Tire cochilos.
* Alongue-se antes de se levantar.
* Corra, salte e brinque diariamente.
* Evite “morder” quando apenas um “rosnado” seria suficiente.
* Em um clima muito quente, beba muita água e deite-se na sombra de uma árvore frondosa.
* Quando você estiver feliz, dance movendo todo o seu corpo.
* Delicie-se com a simples alegria de uma longa caminhada.
* Seja fiel.
* Nunca pretenda ser algo que não é.
* Se o que você quer, está “enterrado”… cave até encontrar.
* E nunca se esqueça:
Quando alguém tiver num mal dia, fique em silêncio, sente-se próximo e suavemente faça-o sentir que você está ali.
Autor desconhecido.
Por Mari Ros (Facebook)
04 - IR À CASA ESPÍRITA SEM ESTAR NA CASA ESPÍRITA (11/03/2024)
Um jovem chega até o pai e diz:
Pai, eu não vou mais à Casa Espírita!
O pai respondeu: e por quê?
O jovem respondeu:
Vejo o Irmão Espírita que fala mal de outro Irmão; o Irmão que não lê bem; O Coral que vive desafinando; as pessoas que durante a palestra olham para o celular, entre tantas e tantas outras coisas ruins que vejo fazerem na Casa Espírita.
Diz o pai:
Muito bem, mas, antes de abandonar a Casa Espírita quero que me faça um favor:
Tá bom disse o jovem.
O pai disse, pegue um copo cheio de água e dê três voltas pela Casa sem derramar uma gota de água no chão.
Depois disso, você pode fazer o que quiser da sua vida.
E o jovem pensou: é fácil! E assim ele fez.
E deu as três voltas como o pai pediu.
Quando terminou disse:
Pronto, pai.
E o pai respondeu:
Quando você estava dando as voltas, você viu o irmão falar mal do outro?
O jovem:
Não.
Você viu as pessoas reclamarem umas das outras?
O jovem:
Não.
Você viu alguém olhando para celular?
O jovem:
Não.
Você ouviu o Coral desafinando?
Não.
Você prestou atenção nos leitores?
Não.
E você sabe por quê?
Meu filho você não viu nada disso porque estava concentrado com o copo em não derramar a água no chão.
O mesmo acontece com as nossas vidas.
Quando o nosso foco for Jesus, não teremos tempo para ver os erros das pessoas.
Ah! E nunca esqueça meu filho, que, quem sai da Casa Espírita por causa de outras pessoas, nunca entrou lá por causa de Jesus.
Autor desconhecido.
Por Sonia Silva Furlan (Facebook)
Adaptado e revisador por Ricardo Guimarães
“A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação”.
Ora, quem procurar essa frase nos livros de Espiritismo ditados por Emmanuel a Chico Xavier, não será bem sucedido em sua busca, pois a tal frase, tão corriqueira no movimento espírita, não está escrita dessa forma nem foi pronunciada pelo citado benfeitor dessa maneira.
A referida citação está contida no livro “Estude e Viva”, ditado pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, e consta do capítulo 40 da referida obra, intitulado Socorro Oportuno, o que nos mostra como as coisas são alteradas ou modificadas voluntária ou involuntariamente, quando passadas de um para outro interlocutor; senão vejamos como está no livro:
“(...) Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”.
É dessa forma que esta no livro.
Autor desconhecido
Via Moisés Santos - Facebook
02 - ELIAS REENCARNAÇÃO DE JOÃO BATISTA (29/01/2024)
Um Caso de Reencarnação na Bíblia
As escrituras deixam claro que o conceito de reencarnação era ensinado ao povo, apesar das diversas traduções terem deturpado os textos.
Elias foi um dos profetas referidos no Velho Testamento que viveu no século IX a.C. Não há livro na Bíblia escrito por ele, mas existem referências a seu respeito em diversos autores como Terceiro Livro dos Reis (Cap. 17) e Quarto Livro dos Reis (Cap. 1), Juizes e Malaquias.
Ele viveu ao tempo do Rei Acab e da rainha Jezabel, com quem esteve em constante oposição, por causa do culto que era promovido ao deus pagão Baal.
É considerado servo intrépide do Javismo (termo que vem de Javé ou Jeová, Deus segundo os hebreus), apesar do excessivo rigor e das atrocidades que ele praticou. Dentre essas, destaca-se aquela que fez descer fogo do céu e queimar um capitão juntamente com seus cinqüenta comandados, quando este foi buscá-lo por ordem do rei Acab.
O mesmo fato se repetiu com uma segunda brigada (um capitão e mais os seus cinqüenta soldados), assim como a mortandade dos 450 sacerdotes de Baal, que os fez passar pelo fio da espada, junto ao ribeiro de Quison (3° Reis, 18:40). Tem-se no total um saldo de 552 mortos.
A volta do Profeta Elias foi prevista por Malaquias: “Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” (4:5).
A VIDA DE JOÃO BATISTA
João Batista era primo de Jesus, filho de Isabel e Zacarias. Levou uma vida muito austera. Abstendo-se de bens e prazeres, vivendo unicamente para o ministério do bem, convocando o povo ao arrependimento dos pecados e a se prepararem para receber o Redentor.
Chamado de “O Precursor”, vestia-se de peles e alimentava-se de mel e animais silvestres e verberava intimoratamente os atos de degradação humana, fosse em que nível fosse. Por esta razão, caiu na antipatia de Herodíades, acusada por ele pela sua união ilícita com o cunhado, o rei Herodes, irmão de Filipe (Marcos 6:17).
A REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA
A identificação dos dois personagens como sendo o mesmo espírito está bem claro nas escrituras. O retorno de Elias foi anunciado pelo anjo Gabriel: “[...] o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e tua mulher Isabel te dará a luz um filho, e por-lhe-ás o nome de João. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; e irá adiante dele com o espírito e a virtude de Elias, a fim de reconduzir os corações dos pais para os filhos” (Lucas 1:13).
Outra passagem que assinala a identificação do profeta como sendo o próprio João Batista é quando os apóstolos Pedro, Tiago e João perguntaram a Jesus, após a Transfiguração, sobre a volta de Elias: “Por que, pois, os escribas dizem que é preciso que Elias venha antes? Mas Jesus lhes respondeu: é verdade que Elias deve vir e restabelecer todas as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio, e não o conheceram, mas trataram como lhes aprouve. É assim que eles farão sofrer o Filho do Homem. Então seus discípulos compreenderam que era de João Batista que lhes havia falado”. (Mateus 17:10)
Aqui se trata da reencarnação de Elias na figura de João, explicação esta vista pelos apóstolos com muita naturalidade, justamente por estarem familiarizados com a realidade da reencarnação e esta fazer parte de sua crença religiosa, o judaísmo.
As palavras de Jesus confirmam tal fato em Mateus, referindo-se a João como o próprio Elias (espírito): “E, desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus adquire-se à força, e os violentos arrebatam-no. Porque todos os profetas e a lei, até João, profetizaram. E, se vós o quereis compreender, ele mesmo é o Elias que há de vir. O que tem ouvidos para ouvir, ouça” (11:12).
A violência da lei mosaica ordenava o extermínio dos infiéis para ganhar a terra prometida – Paraíso dos Hebreus, por isso a citação “o reino dos céus adquire-se à força”. No período de Jesus, a nova lei estabelecia que, para se ganhar o reino dos céus o trajeto deveria ser outro – o da caridade e da doçura.
ELIAS VOLTA COMO JOÃO BATISTA
Quando Jesus disse que Elias já teria vindo e que ninguém o reconheceu, muitos interpretam que João era inspirado por Elias e não que era o próprio profeta. Mas essa identificação dos dois personagens sendo a mesma pessoa mostra também um outro aspecto, a Lei de Causa e Efeito. Na figura de Elias, mesmo falando em nome de Deus, ele cometeu alguns excessos e violências em sua época. Posteriormente, o seu espírito veio na figura de João Batista para preparar o povo para receber as palavras do Messias. Entretanto, pelo fato de ter cometido os excessos em sua vida anterior, veio resgatar parte de seus débitos sofrendo a decapitação por ordem de Herodes, a pedido de Salomé, que o agradou numa apresentação de dança, manobrada ardilosamente pela sua mãe, Herodíades.
Note-se a analogia das circunstâncias: na ocasião em que era conhecido como Elias, enfrentou a rainha Jezabel, tendo-a vencido pelos poderes, matando os sacerdotes e suprimindo o culto ao deus Baal. Na segunda ocasião, já como João Batista, ele é morto por maquinação também de uma rainha.
O conceito de reencarnação fazia parte das crenças judaicas. Esse conhecimento dos judeus só foi ampliado no momento em que Jesus trouxe-lhes mais informações sobre o processo reencarnatório. No diálogo entre Nicodemos e o Mestre podemos observar a atenção dada ao assunto: “Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor; porque ninguém poderia fazer os milagres que fazeis, se Deus não estivesse com ele. Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode nascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez? Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo: Se um homem não renascer de água e de Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não vos espanteis do que eu vos disse, que é preciso que nasçais de novo. O Espírito sopra onde quer, e ouvis sua voz, mas não sabeis de onde ele vem e para onde ele vai. Ocorre o mesmo com todo o homem que é nascido do Espírito. Nicodemos lhe respondeu: Como isso pode se dar? Jesus lhe disse: Que! Sois mestre em Israel e ignorais essas coisas? Em verdade, em verdade vos digo que não dizemos senão o que sabemos, e que não testemunhamos senão, o que vimos; e, entretanto, vós não recebeis nosso testemunho. Mas se não me credes quando vos fato das coisas da Terra, como me crereis quando vos falar das coisas do céu?” (João 3:2-12).
Como nota de esclarecimento, é preciso identificar o significado da palavra água no texto. O renascimento “de água” e “de espírito” é nada mais do que a retomada da experiência física, cuja constituição é eminentemente líquida. Portanto, o renascer de água é reencarnar e o renascer de espírito é evoluir, progredir moralmente.
ERROS DE TRADUÇÃO: NEGLIGENCIA
O prof.. Carlos Juliano Torres Pastorino (19101980), Docente do Colégio Pedro II e catedrático da Universidade Federal de Brasília, diplomado em Teologia e Filosofia pelo Colégio Internacional Santo Antônio Maria Zaccaria, em Roma, era um exímio latinista, helenista e poliglota. De acordo com os conhecimentos do Prof. Pastorino, freqüentemente são traduzidos por “ressuscitar” os verbos gregos egeírô (estar acordado, despertar) e anístêmi (tornar a ficar de pé, regressar), e que este último, encerra um sentido em geral negligenciado pelos tradutores: o de reencarnar. As Escrituras não falam em “ressurreição dos corpos” ou “da carne”, mas em anástasis ek ton nekrõn, ou seja, “ressurreição dos mortos”. De posse destes esclarecimentos oferecidos por uma autoridade lingüística, torna-se relativamente fácil identificarmos os sentidos negligenciados propositadamente pelos tradutores modernos. A ressurreição ocorre com os mortos e não com os corpos.
Na Epístola aos Hebreus (11:35), onde se lê: “Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição”, vemos que são as “mulheres” e não os homens, pois elas é que podem gerar em seus ventres os corpos destinados à reencarnação, ao ressurgimento dos espíritos “mortos” no mundo físico.
Os gregos acreditavam na existência do Hades (lugar dos mortos), de onde as almas retornavam para a vida, denominando este fenômeno como “palingênese” (palinggenesia: novo nascimento). Assim como os gregos, os hebreus também acreditavam que as almas dos mortos voltavam à vida, que do Sheot elas retornavam ao mundo da matéria, conhecido como “anástasis” (do verbo anístêmi, composto de ana: ´para cima´, ´de novo´ ou ´para trás´; e ístêmr. ´estar de pé´. Ou seja: tornar a ficar de pé, regressar), expressão traduzida por “ressurreição”. Está escrito: “O Senhor é o que tira a vida e a dá: faz descer ao sheol e faz tornar a subir dele.” (1 Sm 2:6). Apesar de tentarem alterar o significado do texto, traduzindo inúmeras vezes “Sheol” por “sepultura”, para os mais atentos, se buscarmos a origem das palavras, veremos que a mensagem é clara quanto a afirmação: regressar do Sheol, regressar do mundo dos mortos.
A palavra Sheol é hebraica, e designa o lugar para onde iam todos após a morte: tanto os justos como os injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos, uma divisão para os justos, e outra para os injustos, separados por um “abismo intransponível” (Lc 16.26). O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Já o lugar dos ímpios era medonho, ignífero (onde há fogo), cheio de dores, sofrimentos, estando todos perfeitamente conscientes.
Em muitas das passagens bíblicas, as inúmeras referências ao Sheol possuem imperfeições na sua tradução. Certas versões em português traduzem a designação hebraica por sepultura e outros termos afins, como inferno (Dt 32.22; 2 Sm 22.6; Jó 11.8; 26.6; 5116.10), o que traz confusão. (Gn 37.35; Nm 16.30,33; Já 17.16;11.8; SI 30.3; 86.13;139.8; Pv 9.18; 15.24; Is 14.9; 38.18-32; Ez 31.15,17; Am 9.12).
A expressão grega “palinggenesia” (palingênese), segundo o Prof. Pastorino, era o termo técnico da reencarnação entre os gregos. No entanto, São Jerônimo, geralmente, o traduzia por regeneração.
Já a palavra “ressurreição” é a tradução da expressão grega “anastasis” originária do verbo “anistemi”, que significa tornar a ficar de pé, mas também “regressar”.
A palavra “reencarnação” não se encontra nas escrituras, mas na cultura judaico-cristã. Entre eles havia o conceito de ressurreição, que é justamente o que chamamos hoje de “reencarnação”.
O conceito reencarnacionista foi dissimulado nos textos bíblicos ao longo dos séculos, alterando-se com isso, o seu conteúdo. Referências do século II d.C., onde Orígenes, um dos pais da Igreja, comenta que: “Presentemente, é manifesto que grandes foram os desvios sofridos petas cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversa de diversos corretores, quer pelas adições ou supressões arbitrárias.” Portanto, a intenção de distorcer o conteúdo bíblico já vem de longa data.
Se nos dedicarmos ao estudo profundo dos fatos, veremos que tudo é uma questão de resgate do verdadeiro sentido das palavras, que assumiram significados diversos no decorrer do tempo. Através da pesquisa etmológica, sem dúvida, chegaremos à verdade original dos textos.
O RETORNO DO CRISTIANISMO PURO
O início do Cristianismo, conhecido como Cristianismo primitivo, trazia em si uma pureza doutrinária, sendo recente a passagem do Cristo peta região. Mas o Cristianismo sofreu uma transformação no momento em que se tornou a religião oficial do Império Romano. A mistura de costumes politeístas (crença de vários deuses) com o Cristianismo puro inaugurou o Catolicismo. Este evento modificou os costumes cristãos e introduziu hábitos de cultura politeísta, surgindo rituais que não existiam até então.
O conceito de reencarnação, como meio pela qual a alma se redimi por si só, significava a falência do poder político e religioso da Igreja. Por este motivo, começou a considerar-se todos os seguidores da idéia da reencarnação como criminosos passíveis de pena de morte a partir do ano de 553 d. C., no Concílio de Constantinopla.
Assim, a tradução dos textos evangélicos primitivos e a confecção do Novo Testamento (Vulgata Latina) buscaram eliminar qualquer informação que se reportasse ao conceito de sobrevivência de alma e o seu retorno a um novo corpo, para uma nova existência.
Por se tratar de um obstáculo aos interesses de alguns, este importante ensinamento deixou de fazer parte das celebrações cristãs e dos cultos da Igreja. Mas o assunto em foco reapareceu muito tempo depois, com toda a sua força e transparência através dos fenômenos das Irmãs Fox em 1848, e com a publicação da obra O Livro dos Espíritos, em 1857.
Portanto, a idéia da reencarnação sempre esteve presente no cristianismo primitivo dos tempos apostólicos, e algum tempo depois, na pureza dos ensinos cristãos contidos nas comunicações reveladas pelo espiritismo. Os elementos básicos como a caridade, o amor ao próximo e a reencarnação são semelhanças facilmente observáveis entre os dois. Sendo este o principal motivo que identifica o espiritismo como sendo o Cristianismo Redivivo.
A reencarnação é fato, e negá-la não é suficiente para justificar e manter o atual sistema religioso. Até a Ciência, recentemente, dá provas de que a vida não termina com a morte do corpo, mas que continua em outra dimensão. A divulgação da verdade depende de nós – os caminheiros redivivos.
(Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 24, páginas 48-52)
01 - Lutero - Reencarnação de Paulo de Tarso (29/12/2023)
No livro "As Marcas do Cristo" , temos a constatação de que Paulo de Tarso, reencarna como Lutero.
Divaldo nos trouxe a pouco tempo, em uma de suas palestras, a informação de que os Apóstolos sempre estiveram conosco, reencarnados para continuar a Evangelização do Mundo, e que eles reencarnam de tempos em tempos, e que a Terra nunca ficou mais de cem anos sem que um deles estivesse encarnado, continuando sua missão por devoção ao mundo em que viveram, por misericórdia de nós, e por amor ao Cristo.
Por isto faço em meus estudos, pouco a pouco as constatações através destes livros que nos chegam, como bênçãos de Deus!
fonte: O encontro de Kardec com Lutero no mundo espiritual
Jesus aguardou mais de dezoito séculos para cumprir a sua promessa de voltar e nos trazer o Consolador (João, 15:17-26). Esse tempo foi necessário para o desenvolvimento dos valores morais e intelectuais da humanidade, de modo a assimilar as novas revelações.
Como “Espírito da Verdade” Jesus coordenou pessoalmente a implementação do Espiritismo (Consolador), utilizando o apoio de vários missionários, que foram enviados como precursores da “Terceira Revelação”. Muitos tiveram sucesso, outros realizaram parcialmente a sua tarefa e vários fracassaram fragorosamente. Entre os espíritos que tiveram êxito na sua missão, destaca-se Martinho Lutero, que foi a reencarnação do apóstolo Paulo (As Marcas do Cristo, Vol. I e II, Hermínio C. Miranda).
Segundo Emmanuel (A Caminho da Luz, cap. 20, Chico Xavier), “os postulados de Lutero constituíram, antes de tudo, modalidade de combate aos absurdos romanos, sem representarem o caminho ideal para as verdades religiosas.
Ao extremismo do abuso, respondia com o extremismo da intolerância, prejudicando a sua própria doutrina. Mas o seu esforço se coroou de notável importância para os caminhos do porvir”. Mesmo que a ideia da reforma pertencesse a milhares de homens capazes de a sustentar (Revista Espírita, agosto de 1866, Allan Kardec), Lutero tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante.
Condenou diversos dogmas do catolicismo romano, principalmente a venda das indulgências pela igreja, e “de nada valeram as perseguições e ameaças ao eminente frade agostiniano” (Emmanuel, in op. cit.). Realizou a tradução da Bíblia para a língua alemã, implantou o estudo religioso em culto nos lares, permitiu as mulheres serem pastoras e aboliu o celibato.
Embora os postulados espíritas contidos na Terceira Revelação sejam suficientes para orientar o homem da atualidade acerca de suas responsabilidades morais, os espíritos nobres que colaboraram na elaboração do “Livro dos Espíritos”, se esmeraram em dirimir todas as dúvidas acerca das nossas tarefas aqui na Terra. Uma das preocupações foi o grande número de espíritos que reencarnam com a tarefa de serem mensageiros da Boa-nova e fracassavam nessa missão.
O cristianismo, poucos séculos depois de seu início, ao se tornar um credo oficial do império romano, adaptou-se aos rituais pagãos com os seus mandatários desviando-se da nobre tarefa que haviam assumido. Na península arábica, o profeta Maomé que recebeu o encargo de restaurar o cristianismo, deixou-se envolver pelas forças trevosas apresentando uma doutrina controvertida, muito longe da pureza do cristianismo primitivo (Emmanuel op. cit.).
Assim, uma noite, Kardec, em projeção astral, foi levado pelo espírito Martinho Lutero para conhecer as regiões pantanosas do Umbral (Cartas e Crônicas, cap. 7, Humberto de Campos e Chico Xavier). O quadro doloroso das almas em expiação causou-lhe um forte impacto, e inquiriu sobre os crimes praticados por aqueles espíritos, se teriam sido os déspotas do império romanos, os bárbaros etc., contudo, Lutero explicou que não, pois as almas referidas por Kardec eram moralmente muito atrasadas, e estavam evoluindo dentro do mecanismo reencarnatório.
“Temos junto de nós os que eram plenamente educados quanto aos imperativos do bem e da verdade, e não vivenciaram no mundo esses ensinamentos; especialmente os cristãos infiéis de todas as épocas, perfeitos conhecedores da lição e do exemplo do Cristo e que se entregaram ao mal por livre vontade”.
Visivelmente impressionado, ao despertar do sono físico Kardec escreveu a pergunta de número 642 (O Livro dos Espíritos): “Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?”
Resposta: “Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem”.
Texto: Álvaro Vargas
Engenheiro agrônomo, Ph.D.,
Presidente da USE-Piracicaba,
Palestrante e radialista espírita.