Casa Espírita

Ilha de Paquetá

Casa Espírita Ilha de Paquetá - CEIP

Doutrina Espírita ou Espiritismo

Princípios Básicos da Doutrina Espírita

 

1) Existência de Deus 

2) Imortalidade da alma 

3) Pluralidade das existências 

4) Pluralidade dos mundos habitados 

5) Comunicabilidade dos espíritos

Resumo dos pontos principais da Doutrina Espírita

 

1/33 “Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.

2/33 “Ele criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

3/33 “Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, compõem o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.

4/33 “O mundo espírita é o mundo normal, primordial, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

5/33 “O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir ou não ter jamais existido sem alterar a essência do mundo espírita.

6/33 “Os Espíritos revestem temporariamente um envoltório material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.

7/33 “Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre as outras espécies.

8/33 “A alma é um Espírito5 encarnado cujo corpo não passa de envoltório.

9/33 “Há no homem três coisas: 1º o corpo, ou ser material idêntico ao dos animais, e animado pelo mesmo princípio vital; 2º a alma, ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º o liame que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

10/33 “O homem tem então duas naturezas: pelo seu corpo, ele participa da natureza dos animais, da qual ele tem os instintos; pela sua alma, participa da natureza dos Espíritos.

11/33 “O liame, ou perispírito, que une o corpo e o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro, porém o Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode se tornar acidentalmente visível, e até palpável, como acontece no fenômeno das aparições.

12/33 “O Espírito, portanto, não é um ser abstrato, indefinido, que só o pensamento pode conceber; ele é um ser real, definido, que em certos casos torna-se apreciável pelo sentido da visão, da audição e do tato.

13/33 “Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais nem em poder, nem em inteligência, nem em sabedoria e nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se diferenciam dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade com Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor ao bem: são os anjos ou Espíritos puros. Os das outras classes se distanciam cada vez mais dessa perfeição; aqueles das categorias inferiores são na sua maioria inclinados às nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho etc.; eles se divertem com o mal. Nesse número há também os que não são nem muito bons nem muito malvados; mais bagunceiros e travessos do que perversos, a malícia e a irresponsabilidade parecem fazer parte deles: são os Espíritos desajuizados ou levianos. 

14/33 “Os Espíritos não pertencem perpetuamente a uma só classe. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esse melhoramento se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação e a outros como missão. A vida material é uma prova pela qual eles devem passar repetidas vezes até que tenham alcançado a perfeição absoluta; é um tipo de peneira ou de depurador do qual eles saem mais ou menos purificados.

15/33 “Deixando o corpo, a alma volta ao mundo dos Espíritos, de onde tinha saído para experimentar uma nova existência material após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.6

16/33 “Como o Espírito deve passar por muitas encarnações, resulta que todos nós temos tido várias existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra ou em outros mundos. 

17/33 “A encarnação dos Espíritos sempre se realiza na espécie humana; seria um erro acreditar que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.

18/33 “As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; todavia, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que fazemos para chegarmos à perfeição.

19/33 “As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação do bom Espírito, e o homem perverso é a de um Espírito impuro.

20/33 “A alma tem sua individualidade antes da sua encarnação e a conserva após sua separação do corpo.

21/33 “No seu retorno ao mundo dos Espíritos, a alma encontra lá todos aqueles que conheceu na Terra, e todas as suas existências anteriores se refazem na sua memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que tenha feito.

22/33 “O Espírito encarnado está sob a influência da matéria; o homem que supera esta influência pela elevação e depuração de sua alma se aproxima dos bons Espíritos, com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e põe todas as suas alegrias na satisfação dos desejos grosseiros se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.

23/33 “Os Espíritos encarnados habitam os diferentes planetas do Universo.

24/33 “Os Espíritos não encarnados, ou errantes, não ocupam uma região determinada e circunscrita; eles estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e nos acotovelando sem cessar; é toda uma população invisível que se movimenta ao nosso redor.

25/33 “Os Espíritos exercem uma ação incessante sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico; eles atuam sobre a matéria e sobre o pensamento, constituindo uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados, e que não encontram uma solução racional senão no Espiritismo.

26/33 “As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os maus nos atraem para o mal: para eles é um prazer nos ver cair e nos misturar a eles.

27/33 “As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas acontecem pela influência boa ou má que eles exercem sobre nós, sem o sabermos; cabe ao nosso julgamento discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, mais frequentemente através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.

28/33 “Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. Podemos evocar todos os Espíritos: tanto os que animaram homens desconhecidos, como aqueles das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; evocar também os de nossos parentes, amigos ou inimigos, e obter deles — por comunicações escritas ou verbais — conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como revelações que lhes sejam permitidas nos fazer.

29/33 “Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia deles pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se alegram com as reuniões sérias onde predominam o amor ao bem e o desejo sincero de se instruir e se melhorar. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, ao contrário, encontram livre acesso e podem agir com toda a liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas somente pela curiosidade, e onde quer que se encontrem maus instintos. Longe de se obter bons conselhos ou informações úteis, deles só se deve esperar futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois muitas vezes eles tomam nomes venerados para melhor induzirem ao erro.

30/33 “A distinção dos bons e dos maus Espíritos é extremamente fácil; a linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, repleta da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão grosseira; seus conselhos exaltam a mais pura sabedoria e sempre tem por objetivo o nosso melhoramento e o bem da humanidade. A linguagem dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, às vezes vulgar e até grosseira; se às vezes eles dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância; eles zombam da credulidade dos homens e se divertem às custas dos que os interrogam, lisonjeando sua vaidade, alimentando seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, em toda a acepção da palavra, só são dadas nos centros sérios, naqueles onde os membros estão reunidos por uma íntima comunhão de pensamentos em favor do bem.

31/33 “A moral dos Espíritos superiores se resume como aquela do Cristo nesta máxima evangélica: fazer aos outros aquilo que gostaríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e nunca fazer o mal. Neste princípio o homem encontra a regra universal de conduta até para as suas menores ações.

32/33 “Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que já neste mundo, o homem que se desliga da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e pelo amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e proteção ao Fraco, pois aquele que abusa da força e do seu poder para oprimir seu semelhante viola a lei de Deus. Finalmente, eles ensinam que no mundo dos Espíritos nada podendo ser escondido o hipócrita será desmascarado e todas as suas perversidades são reveladas; que a presença inevitável e constante daqueles contra quem procedemos mal é um dos castigos que estão para nós reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos estão ligados os sofrimentos e as satisfações que desconhecemos na Terra.

33/33 “Mas eles também nos ensinam que não há faltas imperdoáveis que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio nas diferentes existências que lhe permite avançar, conforme seu desejo e seus esforços, na via do progresso à perfeição, que é o seu objetivo final.”

 

Este é o resumo da doutrina espírita, assim como ela resulta do ensinamento dado pelos Espíritos superiores. 



Referencia:

O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Introdução

Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita 

Item VI (6).